Irene Lôbo
Enviada especial
Belém (PA) - Os deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) doSistema Carcerário classificam os depoimentosprestados até agora na Superintendência da Polícia Federal do Parácomo vazios e corporativistas. O presidente da CPI,Neucimar Fraga (PR-ES) afirmou que há, por parte dos agentespenitenciários ouvidos (Benedito Amaral e Marcos Serrão),uma tentativa de “maquiar” o caso.“Os depoimentos queforam prestados até agora na CPI, na corregedoria, noMinistério Público e alguns elementos que foramplantados dentro do processo demonstram que houve uma tentativa demaquiar toda essa situação, desqualificar.”Segundo o deputado, osdepoimentos tomados até o momento confirmam a omissão e a frieza com que as autoridades estão tratanto o caso e uma série de fatores que puderam facilitar a ocorrência do episódio. Um ponto questionado pelo parlamentar é aomissão do nome do preso Beto Junior da Conceição,acusado de ser um dos que violentou a adolescente, da lista enviada àCPI com o nome dos presos que estiveram com a jovem em uma cela na delegacia de Abaetetuba (PA).“É como se naverdade se quisesse omitir uma situação, que para nósé muito importante”, disse Fraga.O relator da CPI,deputado Domingos Dutra (PT-MA), disse que a comissão vai indiciar todosos que se omitiram no caso.“A verdade é tãocristalina que as mentiras que forem contadas aqui, as omissõesque forem declaradas, só fazem agravar a situaçãodaqueles que têm a obrigação de contribuir para oesclarecimento do fato”.A CPI do SistemaCarcerário terminou de ouvir o sexto depoimento do dia, dachefe do núcleo de Defensores Públicos de Abaetetuba(PA), Maria Lidéa Bittencourt.