Oposição critica discurso de Lula que pede juízo a senadores para votarem CPMF

06/12/2007 - 17h48

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Na reta final das negociações no Senado em torno da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) aumentou a troca de acusações entre governo e oposição. PSDB e Democratas reagiram à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que hoje (6) cobrou "juízo" dos senadores ao tratar do tema.Em pronunciamento no Pará, Lula disse que somente os senadores que não têm juízo votam contra a CPMF. “Se tiverem juízo, eles aprovam e podem dizer para o povo que graças a eles a gente aprovou recursos para ajudar os pobres deste país. Se fosse para ajudar rico, ninguém votava contra", disse o presidente.O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) classificou os discursos de Lula de "falsos, falseados e fascistas". Segundo Jereissati, o parlamento não deve mais aceitar esse tipo de discurso que, a seu ver, coloca os senadores que divergem da prorrogação da CPMF como contrários aos interesses do povo. Para ele, esse tipo de discurso é típico de regimes autoritários como os "Hitler, Mussolini e Hugo Chavéz".O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), afirmou que o governo demonstra com esse tipo de declaração não ter qualquer vontade de negociar a matéria. "Como uma pessoa pode querer negociar com um partido quebrando a sua espinha dorsal?", questionou.Para o líder do Democratas no Senado, José Agripino Maia (RN), a declaração de Lula refletiria uma inquietação do presidente com uma possível derrota no Senado. "O presidente deve estar muito perturbado por não ter os 49 votos [mínimo necessário para aprovar a PEC]”, afirmou.