Diretor da Aiea diz que Brasil não pode prescindir da energia nuclear

06/12/2007 - 14h25

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O consumo de energiacontinuará subindo no Brasil e as fontes nucleares têmque ser usadas para garantir o suprimento do país, emconsórcio com outras matrizes como gás e hidrelétricas,disse hoje (6) o diretor da Agência Internacional de EnergiaAtômica (Aiea), Mohamed El Baradei, durante visita àsinstalações das Indústrias Nucleares Brasileiras(INB), em Resende (RJ)."O consumo per capita deenergia elétrica no Brasil é de 2,6 mil quilowatts/horaao ano, o que é um terço do consumo em paísesdesenvolvidos. Por isso, o Brasil continuará necessitandodesenvolver fontes de energia e tem que usar todas as formaspossíveis: gás, hidrelétrica e nuclear",disse.El Baradei afirmou que não tem qualquer preocupaçãocom o plano estratégico do governo brasileiro de construiroito pequenas usinas nucleares até 2030, além daconclusão de Angra 3."Nós vemos grandeinteresse na expansão da energia nuclear, influenciada pelasmudanças climáticas e pela competição porgás e petróleo. Temos que entender que a energianuclear garante independência".O diretor da Aiea disseque 30 países já fazem uso da energia nuclear e queoutros grandes países em desenvolvimento, como Indonésiae Turquia, também decidiram investir em energia nuclear comoparte das várias opções de energia.Perguntadose havia preocupação sobre a finalidade do programanuclear brasileiro, desenvolvido na INB, disse que "o importanteé ter certeza de que a energia nuclear é usada comaltos níveis de segurança e exclusivamente com finspacíficos. Nossos inspetores estão aqui o tempo todo,trabalhando próximos às autoridades brasileiras".