Renata Pompeu
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Desde2004, o Brasil tem conseguido cumprir uma das metas doPacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna eNeonatal. A informação consta do balanço dasações do pacto, divulgado hoje (6) pelo Ministérioda Saúde.Segundo a diretora adjunta dodepartamento de Ações Programáticas doministério, Lena Peres, naquele ano, o governo federalestabeleceu que a mortalidade materna e neonatal (de criançascom até 28 dias de vida) deveria ter queda de 5% ao ano atéatingir índices aceitáveis pela OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS), a médio e longo prazos.De acordo com Peres, de março de2004 a março de 2007, a taxa de mortalidade neonatal registroua queda desejada.Uma das Metas do Milênio,estabelecidas pela Organização das NaçõesUnidas (ONU), prevê que as taxas de mortalidade neonatal e materna devam cair 75% até2015 em todos os países.No caso das mortes maternas, o relatórioaponta tendência de estabilização. "Compossibilidade de queda, se cumpridos os compromissospactuados", afirma o documento.Conforme o diretor dodepartamento, Adson França, na prática, o índicede morte materna diminuiu, mas aumentaram no registro estatístico.O que acontece hoje, segundo ele, éque mortes por complicações decorrentes do parto, antesnão registradas dessa forma, passaram a ser.Antes, osatestados de óbito informavam apenas a causa da morte. Agora,exige-se que sejam especificadas as condições da morte ese ela está ou não relacionada a complicaçõessurgidas no parto. "Estamos melhorando a qualificaçãodo óbito. Ou seja, estamos melhorando a investigação[das causas]. Por isso, o número aumenta. Antes estavatudo escondido debaixo do tapete", disse França.Lena Peres afirma que a meta de reduzir a mortalidade materna em 5% serámantida. "Entendemos que é uma meta possível,desde que a gente, como sociedade bem organizada em termos públicose sociais, possa enfrentar essa situação, fazendo odiagnóstico precoce das causas e atuando fortemente nassecretarias de Saúde para cobrar ações”, disse a diretora adjunta.As medidas do Pacto Nacional pelaRedução da Mortalidade Materna e Neonatal incluem qualificação de pessoal, realização deseminários e campanhas educativas, além da ampliaçãoda Rede Nacional de Bancos de Leite Humano.Segundo o relatório, a hipertensão arterial(pressão alta) é a maior causa de morte nos partos noBrasil. Em seguida estão as hemorragias e as infecções.Em quarto lugar aparecem as complicações por aborto.O documento informa ainda que, em2005, morreram 1.620 mulheres e 34.382 recém-nascidos porcomplicações na gravidez ou parto.De acordo com o ministério, maisde 8 mil profissionais, como médicos e enfermeiros, já foramqualificados em todo o país. Entre eles estão 664parteiras tradicionais e 370 doulas comunitárias, quedão suporte físico e emocional a mulheres emtrabalho de parto.