Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - As medidas anunciadas ontem (4) pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, para evitar crises nos aeroportos brasileiros no período das férias são paliativas e não resolverão os problemas da aviação comercial no país, avaliou hoje (5) o presidente do Sindicato dos Aeroviários do Estado de São Paulo (Saesp), Reginaldo Alves de Souza. Para ele, é preciso que o governo discuta, com todos os que atuam na aviação, quais as medidas necessárias para alavancar o setor e melhorar as condições atuais. De acordo com o ministério da Defesa, o pacote de medidas prevê dois focos básicos: um sistema de ressarcimento aos passageiros por atrasos de vôos das companhias aéreas, desde que não causados por fatores externos como mau tempo, e a elevação das tarifas para que as aeronaves permaneçam menos tempo estacionadas nos aeroportos de Congonhas e Internacional de Guarulhos. Nesse caso, a idéia é que as companhias passem a usar o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.Segundo Souza, para traçar um plano que acabe definitivamente com o caos aéreo é preciso ter uma proposta de modernidade para criar um clima favorável no setor. “Não adianta aumentar tarifa. Claro que isso pressiona as empresas, mas é apenas um paliativo. Se não redistribuir a malha aérea, pode até melhorar um pouco, mas não vai resolver o problema. Hoje as companhias têm vôos para os mesmos lugares marcados para os mesmos horários.”Entretanto ele destacou que o ressarcimento em caso de atraso superior a meia hora é positivo, porque obriga as empresas a respeitar os passageiros. “É importante para estimular o respeito ao passageiro porque, de certa maneira, força a empresa a administrar melhor os atrasos”. Ele lembrou ainda que órgãos de defesa do consumidor já atuam no sentido de forçar as companhias aéreas a respeitar os direitos dos passageiros.