Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar do clima de tensão instalado na Bolívia desde o dia 24 de novembro, quando foi aprovado em primeira instância o texto da nova Constituição, não há orientações do governo federal no sentido de que brasileiros deixem o país vizinho ou evitem viajar para lá. A informação é do Ministério das Relações Exteriores. Segundo a assessoria do Itamaraty, os conflitos não atingiram níveis extremos que justifiquem a tomada de medidas desse tipo.No Acre, que faz fronteira com a Bolívia, o governo estadual e prefeituras recomendaram ontem (4) aos brasileiros que evitem entrar no país vizinho. A mesma orientação partiu de autoridades bolivianas. Ontem, representantes do departamento de Pando, região boliviana que faz fronteira com o Acre, estiveram no município acreano de Brasiléia para pedir que os brasileiros evitem visitar a Bolívia enquanto não cessarem os conflitos.Na semana passada, manifestantes fecharam a fronteira entre Brasiléia e Cobija, capital do departamento de Pando. Manifestações também são constantes nas rodovias de Santa Cruz, onde muitos brasileiros estudam medicina.A assessoria da Embaixada do Brasil na Bolívia informa que também não tem nenhuma orientação em relação à entrada de brasileiros no país, já que os conflitos acontecem em regiões localizadas, como Sucre e Chuquisaca. Também não há brasileiros que moram na Bolívia procurando ajuda da embaixada, motivados pelos conflitos.Está prevista uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Bolívia no próximo dia 17, para tratar de assuntos bilaterais com o presidente Evo Morales.O Movimento ao Socialismo (MAS), partido do presidente Evo Morales, e outras nove forças políticas ratificaram que no dia 14 de dezembro será entregue ao país a nova Constituição, mesmo com a exigência da oposição de que se anule a sessão em que foi aprovada a Carta Magna. A informação é da Agência Boliviana de Informação, veículo oficial do governo.A Agência Boliviana registrou três mortes no mês passado, em função dos enfrentamentos ocorridos em Sucre entre policiais e manifestantes que pretendiam impedir reunião da Assembléia Constituinte.As alterações na Carta Magna ainda precisam ser votadas pelo Congresso, ponto a ponto, antes de serem submetidas a referendo popular.