Renata Pompeu
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil é o quartopaís do mundo em população penitenciária. E até 2004, o governo brasileiro não conseguia terinformações unificadas sobre todos os presos emterritório nacional. Mas essa falta de dados para políticaspúblicas, segundo o diretor do Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça, Maurício Kuehne, está sendo sanada com o Sistema de InformaçõesPenitenciárias (Infopen), cuja primeira fase de implantaçãojá está 95% concluída.O Infopen é umprograma de coleta de dados, gerenciado pelo DepartamentoPenitenciário Nacional (Depen). A primeira fase corresponde aoInfopen Estatística, que coleta dados gerais sobre a populaçãocarcerária. São buscadas informações comofaixa etária, crimes cometidos e escolaridade. Hoje, sabe-se,por exemplo, que mais de 250 mil presos têm menos de 30 anos. Do total de presos no país, 66% já receberam a condenação, e os outros 34%são classificados como presos provisórios, àespera de julgamento. Segundo o Infopen Estatística, os estados gastam, em média, R$ 1.000por mês para manter uma pessoa no sistema carcerário. Ogasto, considerado alto, é ainda maior quando se leva emconsideração que a produção de uma vagaprisional não sai por menos de R$ 20.000. Já o InfopenGestão corresponde à segunda etapa do sistema. Sãobuscadas informações mais individualizadas, comofiliação, histórico criminal, situaçãosocial e até marcas no corpo, como tatuagens ou manchas denascença.De acordo com Maurício Kuehne, as informações sãoessenciais para que se possa traçar uma políticapenitenciária eficiente. “Esse é umtrabalho longo porque nós temos mais de 420 mil presos, e emrelação a todos eles nós temos que fazer umcadastro individualizado. É um trabalho de fôlego, demédio para longo prazo, mas ele vai ter que ser constante parasanar os inúmeros problemas que a questão penitenciáriafaz aflorar no dia-a-dia do Brasil”, afirmou.A partir destasinformações, casos de prisões de pessoascom o mesmo nome poderão ser evitados, jáque haverá novas formas de identificar um preso. Dez estadosjá estão testando os equipamentos do Infopen Gestão.Ainda não há prazo para a expansão do sistema.