Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar de ter adotado iniciativas importantes no combate ao racismo, à pobreza e à aids, o Brasil enfrenta uma série de dificuldades no setor penitenciário e na segurança pública. A avaliação é da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Louise Arbour, que se reuniu hoje (3) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Sobre o caso da menina de 15 anos mantida presa numa cela com vinte homens por cerca de um mês no interior do Pará, a representante da ONU contou que o assunto não foi tratado com Lula durante o encontro. Ela disse, no entanto, estar “bastante preocupada” com a questão e afirmou que situações como essa poderiam ser evitadas com a eficiência da Justiça.“A pergunta que me faço é por que ela foi presa por furto antes mesmo de ser julgada e condenada”, questionou. “Acho que num país como o Brasil, onde há um problema muito sério de população prisional, a primeira coisa que precisa ser feita é verificar a prisão antes do julgamento”, completou.Segundo a comissária, ela e Lula conversaram sobre os direitos humanos no sistema federal e sobre a responsabilidade das autoridades federais e estaduais na área de direitos humanos. Também falaram sobre questões referentes aos povos indígenas e à pobreza.A convite do governo brasileiro, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos faz a primeira visita oficial ao Brasil. Louise Arbour permanece no país até quarta-feira (5).