Deputado brasileiro crê que votação na Venezuela será pacífica

01/12/2007 - 12h29

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um dos observadoresinternacionais convidados pelo Conselho Nacional Eleitoral daVenezuela para acompanhar a votação da aceitaçãoou não do projeto de reforma constitucional proposto pelopresidente Hugo Chávez, o deputado federal brasileiro AldoRebelo (PCdoB-SP) viu no país vizinho um ambiente deentusiasmo e intensa disputa. O parlamentar não crê emmanifestações violentas para amanhã (2), quando osvenezuelanos irão às urnas. “As grandesmanifestações favoráveis ou contráriastêm ocorrido em paz, com legalidade, democracia e transparênciano processo que antecede o referendo”, afirmou Aldo em entrevista àAgência Brasil. A comitiva deobservadores brasileiros na Venezuela inclui ainda o senador JoséNery (P-SOL-PA) e o deputado Nilson Mourão (PT-AC). Aldoalegou que no momento não pode fazer avaliaçõesde mérito da proposta em debate. “Enquanto estiver comoobservador, me cabe apenas verificar as condições delisura da votação”. O deputado comunistaavaliou que o resultado do referendo sobre a reforma constitucionalde Hugo Chávez não terá influência nosdebates sobre a entrada da Venezuela no Mercosul nem nas relaçõesdo dirigente estrangeiro com o governo brasileiro. Ele lembrou que a possível inclusão da Venezuela no Mercosul começou a ser discutida ainda governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e que seriaimportante para todas as partes. “O Brasil tem relaçõesde cooperação com países de perfil políticodistinto e não deve deixar de ter amizade com um que énosso vizinho. Programas de governo não interferem na boarelação entre os Estados.”Uma das propostas de Chávez é a criação das chamadas regiõesestratégicas de defesa, com a finalidade de garantir asoberania e a segurança em qualquer parte do territórionacional. Mas Aldo Rebelo não compartilha do temor manifestadopor alguns parlamentares brasileiros em relação a umasuposta ofensiva militarista da Venezuela.“Temos que nospreocupar apenas com a política de defesa do Brasil, emtorná-la compatível com as dimensões do país,suas ambições e sua importância para a Américado Sul e o mundo”. O deputado considera que as ForçasArmadas brasileiras precisam ser reequipadas e fortalecidas para seadequarem às características do país.