Incomoda mais Brasil não ter avançado que ter ficado quase em último lugar no Pisa, diz Inep

30/11/2007 - 18h19

Paloma Santos e Mylena Fiori
Da Agência Brasil
Brasília - O presidentedo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), ReynaldoFernandes, diz que a classificação do Brasil em 52º lugar dentre os 57 países avaliados pelo Programa Internacional deAvaliação de Alunos (Pisa) não é supresa.Segundo ele, o problema está no fato de o país não ter avançado em relação à avaliação anterior, de 2003.“O que me incomoda não é o fato de agente estar bem abaixo da média, isso não é tão surpreendente. O que incomoda mais é o fato de nãotermos melhorado”, disse, em entrevista hoje (30) à Agência Brasil.O resultado foi divulgado ontem pela Organização para a Cooperaçãoe o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O primeiro lugar ficou com a Finlândia, que obteve 563 pontos. O último ficou com Quirguistão, com 322 pontos. A escala de pontuação variava de zero a 600.O Brasil obteve 390 pontos, à frente apenas da Tunísia (386); Azerbaijão (382); Catar (349); além do Quirguistão. Em 2003, última avaliação do Pisa, o resultados brasileiro foi 350 pontos.A média geral foi de 491 pontos. O Brasil e outros 31 países ficaram no grupo daqueles com média significativamente abaixo da OCDE. Na avaliaçãodo presidente do Inep, a educação brasileira precisamelhorar, mas ele afirma que esse é um processo é lento.“É umesforço difícil, mas temos que ser persistentes. Assimque vamos conseguir mudar. Nenhum país dá um salto deum dia para o outro”.Ainda deacordo com ele, o Ministério da Educação (MEC) está em busca de soluções nãoapenas para o resultado do Pisa, mas para a educaçãobrasileira em geral.“Nós já anunciamos o Plano deDesenvolvimento da Educação [PDE] e estamostrabalhando. Essas avaliações são importantespara monitorarmos os nossos níveis”.O Pisa é realizado a cada três anos, comparando-se o desempenho de estudantes com 15 anos de idade em três áreas: literatura, matemática e ciências. Em2000, o foco do exame foi a leitura; em 2003, a matemática; e em 2006, em ciências.Em cada país são avaliados, como norma geral, entre 4,5 mil e 10 mil alunos. Segundoo Inep, as provas da última edição do Pisa(2006) foram aplicadas em 9.345 alunos da rede pública deensino.Ao todo, cerca de 400 mil estudantes de ensino médio foramavaliados nos 57 países que correspondem a 90% da economiamundial, segundo a OCDE. A lista detalhada será anunciada nodia 4 de dezembro. No site www.inep.gov.br é possível ter acesso aos dados preliminares.