Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os investimentos de R$ 35,2 milhões nos morros do Pavão-Pavãozinho e do Cantagalo serão os maiores já feitos nas duas comunidades, segundo o vice-presidente da Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro (Faferj), José Nerson de Oliveira. Ainda assim, os índices sociais, raciais e educacionais mostram que será preciso esforço continuado para vencer as desigualdades.Os recursos serão aplicados em obras de urbanização nas duas comunidades. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa hoje (30), às 9h30, do início das obras, no Ginásio Esportivo do Criança Esperança, na Estrada do Cantagalo, no RioDe acordo com dados do Censo 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os morros do Pavão-Pavãozinho e do Cantagalo abrigavam 8.140 pessoas há sete anos. Ainda segundo o último censo, a diferença entre quem nasce no alto do morro e quem vive no nível do mar começa pela instrução.Enquanto em Ipanema o percentual de analfabetos era de 6,5% (para pessoas acima de 5 anos de idade), no Pavão-Pavãozinho quase um terço dos moradores (28,8%) não sabia ler ou escrever. Na vizinha comunidade do Morro do Cantagalo, a situação era um pouco melhor, mas ainda assim com altos níveis de analfabetismo: 23,7%.Na classificação de cor, predominam nos dois morros pessoas que se autodenominam pretas ou pardas, com mais de 70%, número bem superior ao registrado para a cidade do Rio, que é de 39%.