Falta de água ainda é problema em comunidades que Lula visita no Rio

30/11/2007 - 5h40

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os moradores das comunidades do Pavão-Pavãozinho e do Cantagalo são unânimes em festejar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A melhoria nos acessos, a construção de elevadores e a modernização da infra-estrutura, que serão iniciadas hoje (30) com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são apoiados por praticamente todos.Mas um problema que ainda atinge boa parte da favela aparece como a principal reivindicação: pelas vielas e escadarias da comunidade, é comum ver pessoas, a maioria mulheres, carregando baldes de água. "Eu só pego água aqui de oito em oito dias. Tem que poupar até chegar de novo. Quer tomar um banho e não se consegue. Estou lá com a minha louça suja e não tenho como lavar. Mas quando chega o verão é que é brabo", reclama a doméstica Zaíra de Ávila Silva, de 56 anos, há dez moradora do Pavão-Pavãozinho. Na porta de sua casa, construída em madeira, ela cuida do neto enquanto a filha Heloísa chega carregando um balde d´água. "Hoje foram só duas vezes", diz Heloísa, recuperando o fôlego.Segundo a jovem, que cursa o primeiro ano do ensino médio, fora a falta de água, ainda há o problema do recolhimento do lixo, que não é freqüente, e a proliferação dos ratos. Para Heloísa, no entanto, o maior problema mesmo é a falta de trabalho e de escolas e cursos profissionalizantes próximos à comunidade: "Tem que ter um balcão de emprego para os jovens. E escolas de inglês e de informática, porque hoje em dia o mercado de trabalho exige muito".