Pró-reitora assassinada foi ameaçada de morte por traficantes, afirma senadora

29/11/2007 - 13h36

Quênia Nunes
Da Radiobrás
Brasília - Três professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foram assassinados na madrugada de hoje (28) por volta de 0h30 em Rondonópolis (MT). Foram mortos a pró-reitora e diretora do campus da universidade em Rondonópolis, Soraiha Lima Miranda; o prefeito do campus, Luís Mauro Pires Russo; e o professor do curso de Zootecnia Alessandro Luís Fraga. Semana passada, Soraiha teria dito à senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) que estava sofrendo ameaças de morte dos proprietários de uma fazenda vizinha à universidade.As três vítimas voltavam de uma viagem a trabalho a Cuiabá quando, segundo testemunhas ouvidas pela Polícia Civil, um homem encapuzado os surpreendeu. O criminoso atirou cinco vezes contra o carro da UFMT e fugiu a pé levando os pertences das vítimas.Nenhuma hipótese para o crime foi descartada, segundo o chefe da delegacia de Rondonópolis, Cristian Lajes. “Como é muito recente não sabemos se foi um crime encomendado ou se foi um crime casual. Vamos  trabalhar em cima de todas as hipóteses para solucionar o caso e dar uma resposta a população”, afirma Lajes.A senadora Serys Slhessrenko diz ter conversado com a pró-reitora Soraiha na semana passada. Segundo a parlamentar, ela afirmou que o departamento de Zootecnia da UFMT estava em greve reivindicando, entre outras coisas, a desapropriação de uma fazenda perto da universidade para aulas práticas. A senadora afirma que Soraiha dizia ter sofrido ameaça de morte de um grupo de traficantes, donos da fazenda."Esse crime não pode ser tratado apenas no âmbito de Mato Grosso, por isso apelei ao ministro [da Justiça] Tarso Genro que intervenha nas investigações e apure também o caso de perto, que acompanhe as investigações. Estamos falando de uma chacina cometida pelo organizado desse país, e isso não pode ficar impune." afirmou a senadora, em nota por escrito enviada à Radiobrás.O reitor da UFMT, Paulo Speller, decretou estado de luto por três dias e lamenta a morte dos funcionários. “Estamos dando todo o apoio psicológico às famílias da vítimas e às investigações”, disse Speller, que prefere não levantar hipóteses para o crime. A assessoria de comunicação do Ministério da Justiça não indicou ninguém que pudesse falar sobre o caso até a divulgação desta reportagem.