Governo espera ter 50 votos para aprovar CPMF até quinta-feira, diz líder do PMDB

29/11/2007 - 16h26

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo trabalha com a possibilidade de ter, até a próxima quinta-feira (6), 50 votos para aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga até 2011 a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A afirmação foi feita hoje (29) pelo líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO). Para vencer a disputa no Senado, são necessários 49 votos.Raupp disse que, para chegar aos 50, terá de conseguir os votos na sua própria bancada, com os senadores Pedro Simon (RS) e Geraldo Mesquita Júnior (AC), além de José Nery (P-SOL-AL), Expedito Júnior (PR-RO), César Borges (PR-BA) e Romeu Tuma (PTB-SP)."Até quinta-feira da próxima semana, é tempo suficiente [para negociação]. Se não arrumar esses 50 votos até lá, não arruma mais", afirmou Raupp. Ele informou que esses números lhe foram apresentados hoje em reunião no Palácio do Planalto, mas não disse quem foram os participantes do encontro.O prazo para a matéria entrar em votação é dia 14, mas cogita-se a possibilidade de antecipar para o dia 6. O presidente interino doSenado, Tião Viana (PT-AC), no entanto, afirmou que não fará nenhum movimento nessesentido.Ontem, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, reuniu-se com a bancada peemedebista num jantar na residência da senadora Roseana Sarney (MA). Dos 20 senadores do partido, 12 estavam presentes. Raupp descartou, no entanto, a possibilidade de contar com votos favoráveis à CPMF de dois peemedebistas: Jarbas Vasconcelos (PE) e Mão Santa (PI). Para contar com 50 votos, o governo terá que abrir negociações individuais, reconhece o líder peemedebista. Segundo ele, o senador Expedito Júnior (PR-RO), por exemplo, reivindica uma reavaliação da dívida do Banco do Estado de Rondônia (Beron). "O Banco Central fez uma intervenção no Beron e o administrou por três anos. Assumiu com uma dívida de R$ 90 milhões e deixou uma dívida de R$ 500 milhões. Acho a reivindicação justa", afirmou Raupp. Quanto a José Nery, que também está nas contas da oposição como voto certo contra a CPMF, Raupp disse apenas que "existe a possibilidade". Na opinião do líder do PMDB, ainda existe espaço para negociações com o PSDB ou parte dele. "O compromisso do governo de cortes nos gastos públicos seria uma possibilidade. Isso ajuda quem virá depois [o próximo governo] do que o atual governo porque aumenta receita e corta despesas". Na próxima semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reúne-se com a bancada do PDT para discutir o assunto. O líder do partido, Jefferson Péres (AM) e Osmar Dias (PR) condicionam seus votos para aprovar a continuidade da cobrança da CPMF a um compromisso do governo em rever gastos.