Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governador Sérgio Cabral Filho qualificou de “uma covardia com a população” a sonegação de tributos, como a praticada pelo grupo de fiscais e empresários desmontado ontem (28) na operação Propina S/A. Ele disse ter certeza de que “nós estamos virando o jogo” e afirmou que a arrecadação aumenta a cada mês: em relação a outubro do ano passado, a receita do estado cresceu em 11%.
"A maioria dos fiscais é gente séria, honesta e trabalhadora, que está estusiasmada com o trabalho" da Secretaria de Fazenda do estado, disse o governador, ao lembrar que em janeiro sairá o resultado do concurso para fiscais realizado após um intervalo de 17 anos. Ele prometeu novos concursos e informou que poderão ser convocados candidatos cuja nota supere o exigido no edital: "É importante oxigenar a máquina tributária.”
O governador de São Paulo, José Serra, que assinou hoje (29) com Cabral Filho termo de cooperação na área tributária, considerou "grave" a sonegação descoberta pelo Ministério Público Estadual e se disse impressionado com o volume de irregularidades e com a “competência do governo ao empreender essa operação”. Na avaliação dele, "a pior coisa que existe em matéria tributária é injustiça – alguns pagam e outros, espertos, não pagam. Com isso, aqueles que pagam têm que pagar mais, o que é uma injustiça intolerável”. Serra enfatizou ainda que é preciso combater a sonegação, inclusive como instrumento para reduzir a carga tributária individual no futuro: “Essa é a filosofia do Rio de Janeiro e é a nossa também, de São Paulo”.