BNDES integra grupo de implantação do trem-bala entre o Rio de Janeiro e São Paulo

29/11/2007 - 17h55

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) passou hoje (29) a integrar o grupo de trabalho, constituído pelos governos de São Paulo e do Rio de Janeiro, que trabalha para a implantação do trem de alta velocidade entre as capitais dos dois estados.

Protocolo de intenções com esse objetivo foi assinado pelos governadores José Serra (SP) e Sérgio Cabral Filho (RJ), e pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, no Palácio Guanabara. O secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, anunciou na solenidade a realização de pesquisa, nos próximos dias, a fim de avaliar a demanda de passageiros para o trem-bala. E informou que a meta é chegar a 40 milhões de passageiros/ano.

Segundo o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, a adesão ao convênio de cooperação entre São Paulo e Rio de Janeiro se refere à modelagem dos estudos sobre o trem-bala. Ele destacou que o impacto econômico, social e ambiental do projeto exige estudos cuidadosos e a participação também dos municípios envolvidos. O BNDES, lembrou, já é responsável pela coordenação dos estudos, contratados em um primeiro estágio ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Após a avaliação da demanda, acrescentou, "será possível  identificar contornos de modelagem para o empreendimento". Ele não descartou, porém, a busca de alternativas que reforcem a sustentabilidade do projeto: “É uma modelagem complexa, que precisa consultar a experiência internacional, especialmente a européia e a asiática, para que possamos chegar a um projeto viável".

Na análise do governador José Serra, “ter o BNDES como parceiro na batalha pelo trem-bala é uma garantia de que  o  processo avançará com consistência e seriedade”. E o governador fluminense, Sérgio Cabral Filho, reconheceu que o Brasil está atrasado mais de uma década na adoção desse meio de transporte.De acordo com o projeto preliminar, elaborado pela empresa italiana Italplan, é necessário investimento de cerca de US$ 9 bilhões para o trecho entre a Central do Brasil, no Rio, e a paulista Estação da Luz. A estimativa de José Francisco das Neves, presidente da Valec, estatal vinculada ao Ministério dos Transportes e que coordena o projeto, é de que o trajeto será completado em uma hora e 25 minutos, ao preço calculado em cerca de R$ 120.