Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dos seis senadores do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), no máximo quatro deverão votar a favor da proposta de emenda à Constituição que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011. A previsão é do presidente da sigla, Roberto Jefferson. Segundo ele, os senadores Mozarildo Cavalcanti (RR) e Romeu Tuma (SP) devem votar contra a continuidade do tributo.Os senadores Epitácio Cafeteira (MA), Gim Argello (DF) e João Vicente Claudino (PI) devem votar a favor da prorrogação, de acordo com Jefferson. O senador Sérgio Zambiasi (RS) ainda aguarda a liberação de recursos para o Rio Grande do Sul para definir sua posição.Hoje (28), a Comissão Executiva Nacional do PTB aprovou a posição contrária da legenda à CPMF, mas resolveu deixar a bancada do Senado livre para votar. Apesar de ser contra o imposto, Jefferson ficou satisfeito com a decisão do partido, que, segundo ele, “pela primeira vez se manifestou sobre um assunto dessa importância”.“Quem votar contra estará votando com o partido, mas não vamos constranger ninguém, porque não fizemos isto na Câmara”, avalia Jefferson. Para ele, o governo não precisa dos recursos do imposto. “A queda de braço do governo não é mais nem financeira, é política. Se perder a CPMF, não tem mesmo o terceiro mandato”, diz.Na avaliação de Jefferson, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio, que também é do PTB, sai fortalecido com a decisão do partido de não orientar a bancada a votar contra a prorrogação da CPMF. “Não desgasta a posição dele de ministro da interlocução política”, explica.O senador Mozarildo Cavalcanti acha que o partido acertou em não ter determinado que a bancada vote contra a CPMF, porque não tomou esta atitude quando a proposta foi votada na Câmara dos Deputados. “Seria alterar a regra do jogo no final”, avalia. “É melhor deixar com a consciência e com os problemas dos estados de cada um”, diz Cavalcanti.O PTB também decidiu hoje (28) fechar questão contra a possibilidade da aprovação do terceiro mandato para todos os cargos executivos. Segundo Jefferson, esta foi uma idéia que uniu o partido. “Ficou uma coisa unânime hoje na Executiva Nacional”, contou.Outra decisão do partido foi a aprovação de uma moção de apoio ao senador Mozarildo Cavalcanti, que foi afastado da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado por sua posição contrária à prorrogação da CPMF.