Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, afirmou hoje (28) que o governo está confiante na aprovação, pelo Senado, da proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga até 2011 a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Em entrevista, ele disse que o governo guarda essa expectativa "com todo respeito", mas ressaltou que, se a proposta não passar, "alguns pequenos ajustes" terão de ser feitos. Paulo Bernardo lembrou que, entre os senadores, há ex-governadores, ex-secretários e ex-ministros, "pessoas muito experientes, com qualificação suficiente para saber das conseqüências de uma decisão contrária [à prorrogação da CPMF]". O ministro disse que a oposição, assim como a base de sustentação do governo, tem muito o que comemorar por causa do "momento extraordinário que o país está vivendo". "A oposição não comemora em público porque tem vergonha", afirmou."Estamos vivendo um momento de crescimento, com inflação baixa, distribuição de renda, com o comércio devendo fechar o ano com crescimento de dez por cento, disse. "Às escondidas, a oposição fica feliz com isso", acrescentou Paulo Bernardo. "É muito difícil para eles [oposicionistas] falarem isso em público". Sobre as medidas que o governo pretende implantar na indústria, Paulo Bernardo ressaltou que este ainda não é o momento oportuno para falar sobre elas. O ministro admitiu, entretanto, que a desoneração prevista "é muito grande" e mencionou entre os setores beneficiados a indústria naval e a automobilística. "Temos que ser prudentes. Não podemos anunciar logo um conjunto de medidas de desoneração e, ao mesmo tempo, ver perda de receita próxima desse valor." Paulo Bernardo está no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior participando da reunião do Conselho Nacional de Desestatização. Ele disse que vão apenas ser referendadas medidas já tomadas. "Nada de impacto."