Crescimento de 10,5% não satisfaz empresários da indústria de bens de capital

28/11/2007 - 18h45

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O faturamento das indústrias de bens de capital, no acumulado dejaneiro a outubro deste ano, é 10,5% maior do que o registrado durante o mesmoperíodo de 2006, de acordo com o balanço divulgado hoje (28) pela AssociaçãoBrasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Nos dez primeirosmeses de 2007, o setor faturou mais de R$ 51,1 bilhões, contra R$ 45,4 bilhõesem 2006.O percentual de crescimento alcançado pelas indústrias dosetor é mais do que o dobro do aumento do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB), que é a soma das riquezas geradas no país durante o ano. O aumento do PIB foi de 4,9%, de acordo com a última pesquisadivulgada pelo IBGE, em setembro. No entanto, o ganho não satisfaz osempresários, que pedem desonerações e mudanças na política cambial do governo,além de incentivos a inovações tecnológicas e a criação de linhas definanciamento específicas para as empresas.“O setor está aquecido, mas não podemos nos acomodar. Em1980, éramos o quinto país em produção de bens de capital. Hoje, somos o 14º.Durante 20 anos, só perdemos. Agora, temos que nos recuperar”, disse opresidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, em entrevista coletiva após adivulgação do balanço da associação.Segundo ele, a recente valorização do real em relação ao dólar tem feito com que o volume de importação de máquinas, que historicamente jáé maior que o de exportações, apresente um crescimento ainda mais alto. Dados daAbimaq apontam que, enquanto as importações cresceram 37,1%, as exportações aumentaram23,7%.Até outubro de 2007, o Brasil importou cerca de R$ 7,2bilhões a mais do que exportou - R$ 24,6 bilhões contra R$ 17,4 bilhões. O saldoda balança comercial é 85% maior que o de 2006.“Precisamos deixar nosso produto mais competitivo paraaproveitar o aquecimento global da economia. Cerca de 85% das máquinasimportadas pelo Brasil também são produzidas por indústrias brasileiras”,afirmou Aubert.De acordo com a Abimaq, o consumo de bens de capital cresceu17,2% na comparação com 2006. A soma do que foi produzido e do que foiimportado, menos o valor do que foi exportado, saltou de R$ 49,7 bilhões paraR$ 58,3 bilhões.O segmento do setor que mais aumentou o faturamento foi o de máquinas e equipamentos para madeira, com 46% de crescimento,seguido pelo de válvulas industriais, com 34,8%. O que teve o pior resultadofoi o de artigos plásticos - aumento de 1,3%. Até o final de outubro, as indústrias de bens decapital geraram 226 mil empregos. Número 8,9% maior do que o de 2006.