Brasil está na contramão da geração de energia não-poluente, alerta ambientalista

28/11/2007 - 18h12

Grazielle Machado
Da Agência Brasil
Brasília - OBrasil caminha na contramão da geraçãode energia não-poluente. Esta foi uma das conclusõesdos relatórios do Fórum Brasileiro de Organizações Não-Governamentais eMovimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS),apresentados hoje (28) durante audiência pública daComissão Mista Especial de Mudanças Climáticas.“Osúltimos leilões de energia aprovaram a construçãode termelétricas à base de carvão, de gás ou óleodiesel, que são combustíveis fosseis e aumentam aemissão de gases poluentes”, lembrou o coordenador do grupode trabalho sobre o clima do Fórum, Rubens Born, que participou daaudiência.Em entrevista à Agência Brasil, Born disse considerar "um retrocesso" no combate aos efeitos do aquecimento global o fato de o governo brasileiro permitir a construção determelétricas poluentes. Ele sugeriu que o país invista, por exemplo em energia eólica.Sobre a possibilidade de construção de usinas nucleares para geração de energia, o coordenador discordou: "Não é verdadeira a alegação de que elas não liberam gases poluentes. O Greenpeace fez um relatóriomostrando que as usinas nucleares têm, sim, uma liberaçãosignificativa de gases.”Osrelatórios apresentados à comissão tambémalertam para a necessidade de o Brasil se adaptar ao aquecimentoglobal. "Temos que nos adaptar a viver num país com condiçõesclimáticas diferentes em decorrência do aquecimentoglobal. O planeta vai continuar aquecendo nos próximos 20 anos,em função dos gases que já foram emitidos”,afirmou Born.Oambientalista sugeriu ainda a realização de mais estudos ou levantamentos sobre as necessidades do país, como a de arborização das cidades, a fim de amenizar o calor previsto para daqui a alguns anos.Osdois relatórios - Mudanças Climáticas e oBrasil e Governança Ambiental Internacional –estão disponíveis nos endereços eletrônicoswww.vitaecivilis.org.bre www.fboms.org.br.