Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Para diversos manifestantes do movimento negro de São Paulo, o racismo continua a ser um problema grave no Brasil. Presente à manifestação de hoje (20), no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), a presidente do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do estado, Elisa Lucas Rodrigues, disse que “o racismo é um problema seríssimo, grave e de exclusão e que não dá mais para ser jogado debaixo do tapete”.“O racismo tem que ser trabalhado e combatido nas escolas e nas repartições públicas”, afirmou. “O Brasil é um país miscigenado, mas é cruel a discriminação aqui porque ela é pelo tom de pele: quanto mais escura, mais discriminada [a pessoa é]”.Para o advogado Hédio Silva Junior, que em 2005 foi secretário de justiça do estado de São Paulo, “mais importante do que reconhecer que o problema existe é ter e implementar fórmulas de superação”. Segundo ele, algumas soluções para acabar com o racismo no Brasil passam pelas políticas de inclusão na educação, no trabalho e na saúde e por um esforço para mudança de valores. “A educação e a publicidade podem mudar o sistema de valores para que um dia todos possam desfrutar de igualdade no Brasil - não só igualdade no papel como é hoje”, disse.Para marcar o Dia da Consciência Negra, o movimento negro paulista realizou uma passeata pelas ruas da capital, saindo do Masp com destino ao Teatro Municipal, no centro de São Paulo. A passeata foi marcada por protestos contra o racismo, a homofobia, o machismo e a intolerância religiosa. Os manifestantes também pediam a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial e a instituição do dia 20 de novembro como feriado nacional.