Negros da Amazônia enfrentam problemas iguais aos de outras regiões, diz diretor

20/11/2007 - 13h57

Verônica Soares
Repórter da Rádio Nacional da Amazônia
Brasília - A luta pela terra,baixos salários, falta de emprego, educação equalificação profissional são alguns dosproblemas enfrentados pela população negra da Amazônia.Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios2006 (PNAD 2006), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), mais de 70% da população da região éparda ou negra. O estado que abriga o maior número dessapopulação é o Pará, com 5,5 milhões.De acordo com o diretorde Cidadania e Direitos Humanos da Secretaria de Justiça doPará, Luiz Romano Araujo, a região Amazônica nãoé diferente das outras regiões do Brasil no que dizrespeito à população negra.“A populaçãonegra está concentrada nos estados do Norte e Nordeste doBrasil. De forma geral as pessoas negras estão colocadas nosespaços mais negativos da sociedade. Do ponto de vista dotrabalho, da educação, da saúde e da moradia,sempre os indicadores mostram que as pessoas negras sãoprejudicadas em relação as pessoas de outras raças”,disse. A coordenadora doNúcleo de Projetos do Centro de Estudo de Defesa do Negro doPará, Nílma Bentes, ressalta que a falta de auto-estimada população é um problema que precisa sersuperado. “A questãomais grave é justamente o baixíssimo grau deauto-estima da população negra na nossa região.Auto-estima implica em emprego, em formaçãoprofissional, inclusive na área de línguasestrangeiras. É impossível a gente competir numasociedade onde os filhos dos ricos estão estudados línguase os nossos filhos estão vendendo picolé ou guardandocarros”, disse.De acordo com NílmaBentes, a luta pela terra é outro problema enfrentado pelosnegros da região. Só no estado do Pará, segundoNílma, existem 336 comunidades quilombolas, mas apenas 81 têmo título definitivo das terras.