Médicos fazem dia nacional de protestos por melhores condições de trabalho

20/11/2007 - 0h11

Deborah Souza
Da Agência Brasil
Brasília - Os médicos brasileiros querem chamar a atenção da população, amanhã (21), Dia Nacional de Protestos de Médicos. Os principais motivos da mobilização são a busca por melhores condições de trabalho e a questão da remuneração médica no Sistema Único de Saúde (SUS).Os profissionais vão seguir em caravana até as Assembléias Legislativas, Câmaras Municipais, Secretarias de Saúde e outros órgãos para realizar uma série de atividades reivindicatórias. “O Brasil hoje é o país que menos investe em saúde, comparado com países com o mesmo nível de desenvolvimento. Não é possível fazer um SUS funcionar bem sem que os profissionais sejam devidamente remunerados”, avalia o coordenador da Comissão do Pró-SUS, do Conselho Federal de Medicina, Geraldo Guedes, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.Para Guedes, o SUS é uma conquista da sociedade brasileira, mas em todo o período de atuação do sistema, há mais de 20 anos, tem deixado de cumprir condições essenciais para a atenção da saúde brasileira. O coordenador analisou a questão da regulamentação da Emenda 29, projeto de lei complementar que regulamenta os repasses de recursos da União, de estados e municípios para o setor de saúde, que foi aprovada na Câmara do Deputados no dia 31 de outubro. Para ele, o projeto foi votado às pressas e “mutilado”, pois é inferior ao projeto original, como instrumento de barganha política, para a aprovação da CPMF no Congresso Nacional.“O projeto original, se aprovado, colocaria, para o ano que vem, mais de R$ 20 bilhões na saúde. O que nós estamos vendo, que foi aprovado nesse mecanismo de troca, são valores que somados durante quatro anos vão chegar a esses R$ 20 bilhões, do projeto original.”Guedes informou que nesse dia de protestos os médicos vão divulgar um calendário de atividades ininterruptas, o que chamam de paralisações relâmpagos, que serão momentos que os profissionais vão deixar as suas atividades e vão mostrar à sociedade civil a realidade das dificuldades de atendimento da saúde brasileira.“Não vamos descansar enquanto não vermos a saúde se tornar, de fato, uma prioridade no país”, disse Guedes.