Policial admite dificuldade para chegar a donos de roças de maconha em terra indígena

14/11/2007 - 14h55

Marco Antonio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Grajaú (MA) - O inspetor Wellker Faria, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), avaliou que será difícil conseguir chegar aos proprietários de plantações de maconha na Terra Indígena Araribóia, situada no oeste do Maranhão. O inspetor chefia o contingente da PRF envolvido na Operação Araribóia, que combate a exploração ilegal de recursos naturais na área indígena, onde vivem aproximadamente 8 mil índios guajajara e 50 isolados da etnia Guajá.  “Queremos destruir as roças, e descobrir quem usa a área para este fim. Mas o dono já planta em terra indígena justamente para fugir da fiscalização, e não vai até lá”, explicou Faria, em entrevista à Agência Brasil.Em sobrevôo realizado há alguns dias, os agentes da Polícia Rodoviária Federal visualizaram pelo menos seis grandes roças de maconha em terra indígena, nas proximidades do município maranhense de Arame (no extremo leste de Araribóia).    “Estamos fazendo contato com as aldeias e, nos próximos dias, vamos fazer a erradicação das plantações”, afirmou o inspetor. Os índios da etnia guajajara que vivem na região mantém pequenas plantações de maconha, para consumo próprio.As autoridades fiscalizadoras acreditam que os Rios Buritipucu e Pindaré facilitam a entrada de criminosos na terra indígena.A Fundação Nacional do Índio (Funai) é responsável pela coordenação da operação, que tem o apoio da PRF, da Polícia Federal (PF), da Polícia Militar do Maranhão e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).Durante a operação, foram apreendidos e queimados 5 mil pés de maconha e 81 quilos do produto pronto para processamento. Agentes envolvidos na operação também fecharam cinco serrarias em Arame e lacraram quatro madeireiras em Amarante. Hoje 48 policiais rodoviários federais se deslocam para um acampamento do Exército montado próximo ao município de Arame. A idéia é que, com a base no local, seja possível permitir a presença de agentes da PRF e também da Funai, do Ibama, da PF, e da Força Nacional de Segurança durante todo o dia na Terra Indígena Araribóia.