Mudança de hábitos previne risco de diabetes, considerada epidemia mundial pela OMS

14/11/2007 - 16h43

Gláucia Gomes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com 6,2 milhões de diabéticos, o Brasil é o oitavo lugar no ranking mundial de portadores do diabetes tipo 2, causado por fator hereditário, obesidade e falta de exercícios. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já considera o diabetes uma epidemia mundial e para alertar a população sobre os riscos da doença celebra hoje (14) o Dia Mundial do Diabetes. Oendocrinologista da Associação dos Diabéticos deBrasília, José Bernardo Peniche, disse que a maiorocorrência da doença ainda é entre os adultos,acima de 30 anos, mas que os “organismos internacionais têm semostrado preocupados com o diabetes tipo 2 em jovens, principalmenteporque os índices de obesidade têm aumentado mundialmente”. “NosEstados Unidos onde os índices de obesidade sãoaltamente elevados, o número de casos de diabetes que ocorreentre jovens e adolescentes é tão alto que já éconsiderado quase como uma epidemia”, acrescentou Peniche.Em2000, a OMS estimavaque o número de diabéticos em todo o mundo era de 177milhões de pessoas. Para 2025, a estimativa é que essenúmero praticamente dobre e chegue a 350 milhões. No Brasil, estima-se o número de 12 milhões de pessoas com a doença, em 2025.

Omédico e presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologiae Metabologia, Ruy Lira, falou que o pontomais importante no controle à doença é a mudança comportamental e a adoção de hábitos de vida saudáveis. “Seos indivíduos, e sobretudo aqueles com forte históricofamiliar de diabetes, estabelecem uma boa alimentação,mantêm o peso adequado, fazem atividade física adequada,eles diminuem sobremaneira o risco de desenvolvimento de diabetes aolongo do tempo”, avaliou o especialista que participa do XIIICongresso Latino Americano de Diabetes da AssociaçãoLatino Americana de Diabetes (ALAD), em Cuba.Lira falou que entre os sintomas da doença estão o aumento da sede e também da vontade de urinar, inclusive durante a noite. Dependendodo grau da doença, pode ocorrer perda de peso. “Sãodados que chamam a atenção para o diagnóstico dediabetes e evidentemente esses indivíduos devem serrastreados.”Omédico informou que o diabetes não tem cura, mas quehoje existem ferramentas para controlar a doença, evitandocomplicações como alterações nacirculação sanguínea, doençascoronarianas, insuficiência renal crônica, problemas devisão e dos nervos ou até mesmo amputações demembros inferiores. Ele acrescentou a importância de exames periódicos que servem para verificar se o paciente estárespondendo ao tratamento e se os medicamentos estão surtindoefeito satisfatório.Além do diabetes tipo 2, causado por fator hereditário, há o diabetes tipo 1 desenvolvido quando o organismo deixa de produzir insulina, ou produz em pequena quantidade, e a pessoa precisa deinjeções diárias da substância para gastaro açúcar do sangue.