Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Por 11 votos a 3, o Conselho de Ética do Senado aprovou pedido decassação do mandato do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente licenciado da Casa. Somente os senadoresWellington Salgado (PMDB-MG), Almeida Lima (PMDB-SE) e Valdir Raupp (PMDB- RO) votaram contra o relatóriodo senador Jefferson Péres (PDT-AM), que recomenda a cassação de Renan por suposto uso de "laranjas" na compra de empresas de comunicação. Para chegar ao plenário, o pedido de cassação será submetido ainda à Comissão de Constituiçãoe Justiça (CCJ). A comissão deve avaliar a constitucionalidade da matéria e formular umprojeto de resolução que irá ao plenário. O presidente interino do Senado, TiãoViana (PT-AC), quer votar esse projeto em plenário no dia 22, em sessão aberta. O plenário do Senado rejeitou em setembro, numa sessão fechada, o projeto deresolução que recomendava a cassação do mandato de Renan com base na primeira representação, aprovada no Conselho de Ética. A representação pedia a cassação do senador alagoano por supostautilização dos recursos de uma construtora para pagamento de despesaspessoais. Hoje, o conselho arquivou a segunda representação contra o presidente licenciado da Casa por ingerência na Receita Federal eno InstitutoNacional do Seguro Social (INSS) para beneficiar a cervejariaSchincariol. Nove senadores votaram a favor de Renan e cinco, do PSDB e do DEM, se abstiveram.Contra o senador alagoano ainda pesam outras duas representações sobinvestigação do Conselho de Ética. Uma delas trata de denúncia sobre a participaçãode Renan em suposto esquema de arrecadação de recursos em ministérios eórgãos federais comandados pelo PMDB, sob a relatoria de Almeida Lima(PMDB-SE).O presidente do conselho, Leomar Quintanilha(PMDB-TO), ainda não indicou relator para a outra representação, que deve investigar se Renan utilizoufuncionários do Senado num suposto esquema de “arapongagem” contra ossenadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO).A Mesa Diretora decidiu, em 23 deoutubro, suspender a análise de uma nova representação contra Renan Calheirospara instalação de processo por quebra de decoro parlamentar por umasuposta utilização de emenda ao Orçamento Geral da União, no valor deR$ 280 mil, em favor de uma empresa fantasma.