Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao participar dacerimônia de assinatura que transferiu ao governo do Rio deJaneiro a execução das obras do Arco Rodoviário,o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a destacar o"momento ímpar" em que vive o Brasil e criticar onegativismo de alguns setores da sociedade. Esse negativismo, segundoLula, ficou claro com o problema do racionamento na entrega de gásocorrido recentemente no Rio de Janeiro. "Houve um problemae de repente se vendeu como uma crise do gás, quando, naverdade, não tinha crise do gás. Teve um mal entendidosobre o gás, que poderia ser resolvido com um pouco de bomsenso das pessoas que participavam daquele momento do gás. Porque? Porque nós sabemos, até pela matriz energéticabrasileira, que precisamos utilizar o gás como uma espéciede especialista que está no hospital para atender apenas casosmais graves", disse Lula. No final de outubro, aPetrobras limitou a entrega de gás natural nos estados do Riode Janeiro e de São Paulo. A estatal alegou que há maisde um ano as empresas retiravam combustível além doprevisto nos contratos e que a redução da entrega eranecessária para atender aos demais contratos e garantir ageração de energia elétrica das usinas a gásnatural, conforme termo de compromisso assinado pela estatal com aAgência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em maiodeste ano.Lula reconheceu, noentanto, que a Petrobras precisa discutir a questão do gáse reafirmou que o governo vai trabalhar para que o Brasil obtenhaindependência também neste setor. "Nós vamoster que fazer essa discussão, e já estamos fazendo naPetrobras, porque nós acreditamos que vamos trabalhar para terindependência também na questão do gás,além de construirmos as hidrelétricas que faltam. Masqualquer coisinha que acontece, as pessoas pensam em vender comocrise, como o começo do apocalipse. E estamos aquiacompanhando diariamente, estamos olhando com muito carinho o queestá acontecendo no Brasil", afirmou o presidente. Lula voltou a comemorara descoberta, pela Petrobras, do campo de petróleo e gásna Bacia de Santos. "Isso nos dá orgulho de serbrasileiro. Embora as pessoas estejam nos chamando de sheik e magnata [do petróleo],chame-nos do que quiser, o que importa é que o Brasil mereciaessa notícia boa. Afinal de contas não é tododia que a gente recebe uma notícia boa".