Paloma Santos
Da Agência Brasil
Brasília - O Senador MarceloCrivella (PRB/RJ) disse hoje (12) que a aprovação noSenado federal do projeto de lei que proíbe avenda de bebidas alcoólicas destiladasem postos de combustíveis foi uma grande vitória. O projeto, de autoria de Crivella, foi aprovadono último dia 7 em caráter terminativo na Comissão de Constituiçãoe Justiça (CCJ) do Senado, e segue agora para votaçãona Câmara dos Deputados.Segundo ele, há cerca de três anos o lobby entre senadores eempresas que vendem ou anunciam as bebidas dificultavam a aprovaçãoda matéria. “Houve muitaresistência. Assim que eu apresentei a proposta, os sindicatosproprietários de postos de gasolina estiveram comigo eponderaram que isso resultaria em grande desemprego”, afirmou, em entrevista hoje (12) ao programa Revista Brasil. Para o senador, opossível aumento no desemprego com a proibição da venda revela o alto índice doconsumo de álcool. “Aquele argumento me assustou. Se iriagerar muito desemprego, é porque isto está vendendomuito”. De acordo com ele,a medida é fundamental para a redução dosacidentes de trânsito no país. “O consumo de álcool é aprincipal causa de mortes no trânsito, internaçõespsiquiátricas, criminalidade e até mesmo da destruiçãode lares”. O projeto preê que asbebidas só poderão ser vendidas nos postos, em lojas deconveniência ou estabelecimentos comerciais próximos derodovias (fora do perímetro urbano) se estiverem emtemperatura ambiente, ou seja, impróprias para o consumoimediato.A medida tambémprevê multas de R$ 5 a 50 mil;suspensão temporária da atividade comercial; cassaçãoda autorização ou licença do estabelecimento ouda atividade; e interdição, total ou parcial, doestabelecimento, além de outras sanções de natureza civil ou penal,aplicadas por estados e municípios. Segundo Crivella, o projeto de lei enfrenta outras pressõeseconômicas por parte da Ambev (Companhia de Bebidas dasAméricas) e deredes de televisão.“No final datramitação, também vi movimentação da Abert [Associação Brasileira de Emissoresde Rádio e Televisão] contra o projeto. Elas ganhammuito dinheiro com a publicidade de bebidas. Mas tenho esperança que o governo tenha consciência doprejuízo que isso traz à nação”.A Abert informou, pormeio da assessoria de imprensa, que o senador cometeu equívoco,e que a associação é contra restriçõesaos anúncios, não à comercialização. A Ambev não quis se posicionar sobre oassunto. A reportagem da AgênciaBrasil contactou o Sindicato Nacional das Indústrias deCerveja (Sindicerv). Mas não conseguiu contato com a entidade até o fechamento desta reportagem.