Para representante da Unesco, investimento em ciência é estruturante e capacita o país

10/11/2007 - 12h35

Renata Pompeu
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com o objetivo de conscientizar os países para a importância da ciência na resolução de problemas sociais internos, como a fome, a violência e a desigualdade, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco) comemora desde 2005 o Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento. “Investimentos nessas áreas de educação, ciência e tecnologia são investimentos estruturantes. São aqueles que capacitam o país a uma situação melhor em longo prazo. Por isso nós precisamos, independentemente da situação política, em certas áreas estratégicas, da constituição de políticas de Estado que sejam acordos da sociedade e que sejam mantidas", afirmou o representante da Unesco no Brasil, Ary Mergulhão. Segundo a Unesco, a educação científica é tratada como um luxo em países em desenvolvimento, mas é fundamental para esses países. No caso do Brasil, lembrou Mergulhão, o próprio conflito entre o crime organizado poderia ser minimizado com a ajuda da ciência, tanto em relação à educação quanto à própria capacitação dos jovens para o mercado de trabalho.Mergulhão acrescentou que o Brasil se destaca no campo científico pela formação de recursos humanos de alto nível e por instituições como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O volume e a qualidade das publicações internacionais é considerado expressivo, mas o número de patentes registradas internacionalmente ainda decepciona: "Não acompanhou a evolução do número de publicações científicas que o meio acadêmico promove.”Uma forma de corrigir este quadro, disse, é com uma maior participação do setor privado nos programas desenvolvidos pelo governo. "Um aumento de investimentos da iniciativa privada em ciência e tecnologia poderia se refletir em produtos inovadores e mais baratos", segundo Mergulhão, para quem "ciência e tecnologia só têm sentido se melhorarem a vida das pessoas".