Amazônia concentra maior número de casos de hepatite B no país

10/11/2007 - 8h42

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A região Norte está entre os principais focos deste Dia Nacional de Conscientização da Hepatite B, por ter até 20% da população atingida. Hoje (10), na campanha Juntos Contra a Hepatite B, promovidapelas Sociedades Brasileiras de Infectologia, Hepatologia e de MedicinaTropical, as atividades no estado serão realizadas em parceria com a Secretaria de Saúde (Susam), por meio da Fundação deVigilância em Saúde (FVS).  Em Manaus, até as 15 horas, uma mobilização socialna Praia da Ponta Negra oferecerá 500 doses da vacina, além de exames gratuitos para o diagnóstico da hepatite B, com a coleta de sangue nahora. O material será encaminhado para um laboratório especializado e oresultado deverá sair em 30 dias. As pessoas que tiveram resultadospositivos no diagnóstico serão encaminhadas para a Fundação de MedicinaTropical (FMT), unidade de referência para tratamento da doença noestado. Em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde(OMS), a hepatite B atinge cerca de 2 bilhões de pessoas, 2 milhões delas no Brasil.Na Amazônia, a maiorprevalência é a dos tipos B e C. Segundo o infectologista Noaldo Lucena,no Amazonas, os casos do tipo B apresentam incidência de 2% em Manaus,chegando a 10% na região do Javari, a segunda maior área indígena dopaís. Os casos do tipo C, acrescentou, apresentam índices que variamaté 3%."A gente sabe que os vírus podem proliferar mais rapidamente em regiões tropicais e também que as doenças têm a ver com o nível socioeconômico e cultural, e infelizmente nossaspopulações mais carentes não dispõem às vezes de água encanada ou de educação básica. As pessoas precisam entender que escova de dente, copos,talheres, toalha, aparelhos de barbear são de uso individual por umaquestão de higiene. Mas parte da população não entende isso e acaba favorecendo a proliferação de víruus ebactérias, e a contaminação por muitas doenças infecciosas", afirmou Lucena.A hepatite B é uma inflamação do fígado e, segundo Lucena, na maioria dos casosa pessoa doente não apresenta sintomas. O tratamento é realizado com medicamentos específicos e as seqüelas vão da cirrose hepática ao câncer de fígado. A primeira dose da vacina, gratuita e disponível na rede pública de saúde, deve ser aplicada nas primeiras 24horas de vida do bebê – as outras duas, aos três e aos nove meses.