Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ex-diretor daAgência Nacional do Petróleo, Gás Natural eBiocombustíveis (ANP) David Zylbersztajn, admitiu hoje (9), ementrevista à Agência Brasil, que o preço do gásnatural está abaixo do mercado internacional e defendeu adecisão da Petrobras de voltar a investir na Bolíviapara garantir a importação no volume contratado até2019.“O preço do gás no Brasil estáaquém do preço no mercado internacional e abaixo do quecustará o GNL [gás natural liquefeito] que aPetrobras trará de navio do exterior para ser regaseificadonas plantas que estão sendo construídas no país”, disse Zylbersztajn.“Hánecessidade de um realinhamento tendo em vista que este preçoficou comprimido durante muito tempo. Quanto à questãoda Bolívia, o Brasil não tem muito alternativa: eleterá mesmo que investir no país se quiser manter ofluxo dos 30 milhões de metros cúbicos por diacontratados até 2019”, enfatizou.Ontem (8) a diretora deGás e Energia da Petrobras, Graça Foster, confirmou queo preço do gás natural vendido no Brasil deveráaumentar, de 15% a 25%, nos próximos dois anos. Para o ex-diretorda ANP, a Petrobras não deve tentar aumentar ovolume de gás importado dos bolivianos. “O Brasil nãovai tentar buscar gás adicional. Se ele conseguir manter ovolume contratado já estará fazendo um bom negócio.Tem é que fazer valer o contrato. E buscar outras formas: sejao gás nacional ou a importação de GNL”,afirmou.Zylbersztajn acredita que a tendência éde que o preço do gás natural sofra um realinhamentonatural que o aproxime dos outros derivados e que o produto acabe porse transformar em uma comodditie.“Atualmente o preçodo gás é acordado por contrato, pois o produto nãoé ainda uma commodittie, embora esteja progressivamentecaminhando nesta direção. A tendência éque a partir do momento em que o Brasil comece a receber o gáscomprado a preço spot [de mercado],ele fique próximo a uma cesta de combustíveis definidano mercado externo”, afirmou.