Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar do relatório contrário à continuidade da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), o ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, acredita que os senadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovarão a prorrogação do imposto, na próxima terça-feira (13). Kátia Abreu é relatora da matéria na comissão."A base espera ter uma vitória. Sabemos que o relatório da relatora é contra, mas há uma maioria provável assegurada, que é a favor", disse Mares Guia, depois de se reunir, no Palácio do Planalto, com o Conselho Político, formado por líderes e presidentes dos partidos governistas.O ministro também já contabiliza os 49 votos necessários para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da CPMF em plenário, equivalentes a três quintos dos 81 senadores. Ele informou, entretanto, que as conversas com os aliados e com o PSDB, da oposição, vão continuar. "Eu acho que vamos aprovar a CPMF com 49 votos. Não me surpreenderá se tivermos mais de 49". E complementou: "Vamos continuar as negociações".A bancada de senadores do PMDB, maior partido aliado, decidiu ontem (6) apoiar a prorrogação do imposto do cheque até 2011. Dos 20 senadores, 18 posicionaram-se a favor da matéria, mesmo com a dissidência de Mão Santa (PI) e Jarbas Vasconcelos (PE). No entanto, o partido quer a redução progressiva da alíquota da CPMF, que hoje é de 0,38%. O PSB e o PDT, outros dois partidos da base, também pleiteiam novas concessões por parte da área econômica.Questionado como o governo vai lidar com as exigências da base para a prorrogação do tributo, Mares Guia disse que todos os senadores serão ouvidos, inclusive os contrários. "Vamos continuar conversando com todo mundo, mesmo com os senadores da base que estão com posições mais restritivas ao apoio à CPMF", disse o ministro aos jornalistas. "Fechar questão é política, não é punitivo. Não vamos ameaçar ninguém porque temos a garantia de que esses senadores sabem a importância da CPMF", completou.O ministro informou que o governo fará um levantamento sobre o volume de recursos que cada estado recebe da CPMF, via repasse para ações na área de saúde e programas sociais. Segundo Mares Guia, em alguns casos, o repasse proveniente do tributo supera a arrecadação tributária do estado. Como exemplo, citou Tocantins, mas não informou quanto é repassado para o estado.Além de Mares Guia, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, participou da reunião. Ele disse que Amorim pediu o apoio dos parlamentares para a votação de quase 160 acordos internacionais que tramitam no Congresso Nacional.