Morillo Carvalho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em reunião hoje (7) na Granja do Torto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros da Casa Civil, DilmaRousseff, do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, e osecretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, receberam a pauta dereivindicações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra(MST).O documento havia sido entregue ao governo em 17 de abril - Dia Nacional de Lutapela Terra no Brasil. Entre os pedidos, estão a inclusão na Previdência Social de 150 mil famíliasacampadas, crédito para habitação e assistência técnica para assentados, além da revisão da política econômica. Segundo o MST, hoje o governo liberacerca de R$60 bilhões para o agronegócio, por meio do Plano Agrícola ePecuário, e apenas R$12 bilhões para a agricultura familiar, por meiodo Plano Safra da Agricultura Familiar.Segundo o ministro Cassel, a expectativa é que em 2008 saia do papel a proposta de ampliação do crédito para a reformaagrária, que está em construção por um grupo de trabalho no ministério. O grupo é formado por representantes de movimentossociais, inclusive do MST. "Temos sensibilidades diferentes na mesa, pois temos que construirum crédito que seja economicamente viável, com capacidade de pagamento,que não gere endividamento e, ao mesmo tempo, garanta o assentamento pelo menos nos primeiros anos", afirmou Cassel. Hoje, as famílias assentadas podem obter crédito em uma das linhas definanciamentos do Programa Nacional de Fortalecimento da AgriculturaFamiliar (Pronaf). Para os assentados, são disponibilizados R$5 mil, nalinha do Pronaf Agroindústria Familiar. Segundo Marina dos Santos, da direção nacional do MST, quando uma família é assentada, imediatamente écaracterizada como "pequeno agricultor", mas como não tem o mínimode infra-estrutura para produção e armazenamento, precisaria de umalinha de crédito exclusiva. "Não podemos comparar uma família que está saindo de, muitas vezes,três, quatro anos debaixo da lona preta, num acampamento, e estáiniciando o processo de organização, com a pequena agricultura, que játem o mínimo de infra-estrutura", disse ela, que participou do encontro no Torto.