Empresa paulista arremata primeiro dos sete lotes em leilão de linhas de energia

07/11/2007 - 10h45

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cpeep) arrematou hoje (7) o primeiro lote no leilão de novas linhas de transmissão de energia elétrica realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O leilão ocorre na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, em sessão pública conduzida pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).A empresa brasileira venceu a espanhola Ingeniería, ao ofertar o lance mínimo a título de Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 28,94 milhões. O valor representa um deságio de 57% sobre a receita anual mínima permitida de R$ 66,68 milhões. Com isso, a companhia arrematou o maior lote entre os sete que serão ofertados pela Aneel, com extensão de 720 quilômetros. Embora seja brasileira, a Cpeep é controlada pela empresa boliviana Isa. O primeiro lote licitado pela Aneel (lote A) compreende duas linhas de transmissão. A primeira liga Colinas (TO) a Ribeiro Gonçalves (PI). A outra vai de Ribeiro Gonçalves a São João do Piauí (PI).Na avaliação da Aneel, para a construção do empreendimento, que terá que ser feita em um prazo de 21 meses, serão necessários investimentos de R$ 471,17 milhões, com geração de 4,2 mil empregos diretos.As duas novas linhas possibilitarão, segundo a Aneel, maior confiabilidade dos sistemas de transmissão Norte-Nordeste, e, em conseqüência, aumentarão a capacidade de intercâmbio energético para o Nordeste.No leilão de hoje, que conta com a participação de 21 empresas (das quais quatro em consórcio), a Aneel vai licitar um total de 1.941 quilômetros de novas linhas de transmissão da rede básica. As linhas serão construídas em dez estados: Alagoas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins. Os empreendimento devem entrar em operação entre 15 e 21 meses após a assinatura dos contratos de concessão. Serão necessários investimentos totais de R$ 1,051 bilhão, na estimativa da Aneel.Pelo sistema adotado pela agência, o vencedor do leilão é o consórcio ou empresa que oferecer a menor tarifa, ou seja, a menor receita anual permitida para a prestação do serviço público de transmissão.A expectativa é que os deságios resultem em benefício ao consumidor, uma vez que a tarifa de uso do sistema de transmissão é um dos componentes da tarifa paga pelo consumidor final às distribuidoras de energia.