Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Com a meta de reduzir em mais de 70% o número de casos demalária até 2010, o governo estadual anunciou hoje (7) o lançamento do Plano Plurianual de Prevenção eControle Integrado da Malária. Serão investidos R$ 276 milhões do Ministério da Saúde na operação, que prevê ampliação da rede de diagnóstico etratamento nos 62 muncípios, com prioridade a 40 deles, que respondem por 94% da malária no estado; utilização de produtos maiseficazes para borrifar nas residências e áreas de risco a cada seis meses; edistribuição de 300 mil mosquiteiros especiais para as localidades maisvulneráveis à doença. Esses mosquiteiros serão impregnados com inseticidas, em modelo já utilizado em parte da África e resistente a lavagens, podendo durar até cinco anos, sem riscos à saúde humana, segundo a Secretaria de Saúde do Amazonas. O diretor-presidente da Fundação de Vigilância Sanitária doAmazonas, Evandro Melo, explicou que o momento é ideal para desencadear a operação, por ser a época em cai o número de mosquitos e, conseqüentemente, a ocorrência de malária. "Ao reduzir os casos de malária, evitamos o crescimento do problema no início do ano", afirmou. Segundo o governador Eduardo Braga, até abril de 2008 deverão ser borrifadas, visitadas e atendidas 750 milcasas em 42 municípios, mas a intenção é estender a operação a todas as áreas urbanas e rurais, unidades de conservação e indígenas. "Os governos federal e estadual já gastam todos os anos R$ 30milhões para controle de endemias e só agora são mais R$ 14,8 milhõesdo governo do estado nessa ampliação de ação. Estamos com um planoplurianual que envolve milhares de reais em recursos, mas tudo isso não será eficiente se cada um de nós não estiver convencido da decisão de, unidos, vencer a malária", disse.Para o secretário Nacional de Vigilância em Saúde, GersonPenna, a malária é hoje um dos mais graves problemas da saúde públicabrasileira – entre eles estão também a dengue e a tuberculose. "Ao invés de fazer um plano único para a Amazônia, optamos por umtrabalho com cada uma das secretarias de saúde dos nove estados quecompõem a região, a fim de respeitar as peculiaridades e as culturas de cada um deles. Amanhãlançaremos o plano no Acre", antecipou.Em número de casos absolutos de malária no país, o Amazonas perde apenas para Acre e Rondônia, segundo a Secretaria de Saúde do estado. Em 2006, somente na Amazônia, onde se concentram 99% doscasos, foram registradas 530 mil ocorrências da malária, sendo mais de193 mil no Amazonas. As áreas indígenas concentram 20% desse total, podendo chegar a 40 mil casos ao ano. A previsão da Fundaçãode Vigilância em Saúde é de que chegue a 216 mil o número de registros de malária noAmazonas. As cidades de Manaus, Coari e Careiro somaram mais de 50 mil casos até a primeira quinzena de outubro. Especialistas da fundação apontam a malária como a principal endemia do estado e as causas incluem o deslocamento das populações para as áreas de floresta,mudanças climáticas, novas estradas e instalção de tanques depiscicultura sem orientação técnica, entre outros motivos.