Aeronautas querem intervenção governamental para manter serviços da BRA

07/11/2007 - 18h59

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A presidente doSindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, disse hoje (7), ao se referir à suspensão dos serviços da companhia BRA, que a instituição cobrará do governo federal aefetiva aplicação do Artigo 188 do CódigoBrasileiro Aeronaútico, que prevê a possibilidade dopoder concedente intervir em uma empresa e garantir atividadesseguras, privilegiando usuários e trabalhadores. “Se o ministro Jobim[Defesa] já disse que pode exigir que as empresas aumentemespaço, aumentem tarifa, pode também intervir paragarantir que as 65 mil pessoas que têm bilhetes da BRA voem eque os 1.100 trabalhadores demitidos tenham o emprego de volta, ou ,no limite, as rescisões contratuais e os saláriospagos. É inadmissível que os usuários mais umavez tenham que pagar essa conta. Instrumento jurídico existepara resolver”, afirmou Baggio. Os aeronautas também pretendem procurar os investidores da empresa para obter umaposição sobre o futuro, que ainda nãoteria sido manifestada oficialmente aos trabalhadores do setor. Um dos alvos é oex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, sócio da Gávea Investimentos, que recentemente anunciou aaquisição de 20 aeronaves novas para a BRA. Caso a paralisaçãodas atividades da BRA não seja temporária, GrazielaBaggio aposta que a situação de tráfego aéreoe movimento nos aeroportos no final do ano estará bastanteagravada, pois não será possível para asoutras companhias, como TAM e a Gol, acomodar todo o contingente depassageiros pendentes da BRA.A representante dos aeronautas acreditaque o desfecho crítico da empresa poderia ter sido evitado porações governamentais prévias: “A autoridadeconcedente pode fazer auditorias constantes, ou quando tenha algumsinal de não-continuidade das atividades. O sinal jáveio há 20 dias, quando a BRA suspendeu as operaçõesinternacionais. De lá para cá, no nosso entendimento,poderia ter tido atitudes de governo para evitar a crise e a surpresa no mercado”.