Produtores brasileiros querem aumentar exportação de produtos lácteos

06/11/2007 - 13h57

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasilpode se tornar um dos maiores exportadores mundiais de produtosderivados do leite. Esse é o tema de maior discussão doworkshop "Alavancando as exportações de lácteos",promovido pela Associação Brasileira das Pequenas eMédias Cooperativas e Empresas de Laticínios (G-100).O evento ocorre hoje (6), com aparticipação de técnicos do governo, empresáriosdo setor e representantes de entidades da classe. O objetivo é ampliar as exportações brasileiraspor meio de maior participação de indústrias ecooperativas de laticínios que tenham capacidade de abastecero comércio exterior.Segundo ocoordenador do núcleo de integração para exportação do Ministério da Agricultura, DanielAmin Ferraz, o Brasil é hoje um dos países com maiorescondições de ocupar a fatia de produtos lácteosno mercado internacional, por ser um país de grande capacidadeprodutiva. A estratégia, disse, é que o setorse organize por meio da padronização de produtos eprocessos e também por meio da garantia de qualidade dosprodutos.Na avaliação dele, a adulteração do leite praticada poralgumas cooperativas mineiras representa um problema para a exportaçãode derivados do produto, mas pode ser superada. “Com certeza éum problema sério. Ninguém pode imaginar que umasituação dessas vai passar de alguma forma impune edespercebível no mercado, porque não vai”.Para ele, o caso diz respeito a uma parcela pequena do setor, mas deveser combatida e controlada. Ferraz acredita ser este omomento para que o setor demonstre ao mercado que já possuiamadurecimento. “Demonstrando que alguém ou uma grandeparte do mercado se preocupa com a qualidade, controla a qualidade econsegue produtos de qualidade para acender no mercado”.O presidente do G-100, WelsonSouto Oliveira, diz que, apesar de a adulteração ser "grave", as entidades que representam a classe trabalham com oMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para diminuir o receio da população em relaçãoao consumo do produto. “O que aconteceu em Minas Gerais foi umasuspeita de fraude em duas cooperativas. Temos mais de 100cooperativas no estado. Não pode ser de uma formageneralizada, porque as cooperativas, na sua grande maioria,trabalham de forma séria e preocupada com o consumidor”.Parao presidente da AssociaçãoBrasileira de Leite Longa Vida (ABLV), Wellington Silveira Braga, há preocupaçãoquando o assunto são as exportações. “Se o destino desseleite que estava contaminado com soda cáustica foi para um outro local que não seja o leite longa vida,pode-se correr o risco de ter ido para alguma empresa que estejaexportando, criando uma dificuldade. Um caso isolado, podendo afetartodo o mercado internacional do Brasil”.Ele lembra que o Ministério da Agricultura é reconhecidointernacionalmente como um órgão exigente, e que aimagem do produto pecuário brasileiro no exterior é forte. “De uma forma geral, o produto brasileiro tem uma reputaçãoexcelente no exterior. Vários países estãobuscando transferir ou migrar suas compras para o Brasil dos produtoslácteos”.