Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), recebeu com cautela a decisão do PSDB de rejeitar a proposta de desoneração fiscal da área econômica para compensar a prorrogação, até 2011, da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Jucá disse que pretende conversar com líderes tucanos para dar andamento à tentativa de negociação. "Isso não é o fim do mundo. Vamos avaliar a posição do PSDB e verificar onde existe caminho para convergências. É possível fazer, a qualquer tempo, uma mexida [na proposta apresentada hoje pelo governo]", afirmou o senador. Segundo Jucá, o momento não é de contar votos. O mais importante agora, disse ele, é a busca de convergências. Quanto aostucanos, o líder do governo acredita que o partido vive um momento decisivo para sua história. "O PSDB tem, pelos seus quadros e perspectivas [eleitorais], a chance de quebrar paradigmas, firmando-se como um partido de visão mais ampla." Ele comparou o momento político ao vivido, em junho de 2002, pelo então candidato à Presidência da República Luis Inácio Lula da Silva, que, com a Carta ao Povo Brasileiro, garantiu a investidores nacionais e estrangeiros que não realizaria, caso eleito, mudanças radicais na política econômica em vigor. Ainda sobre o processo de negociação, Jucá ressaltou que há pelo menos 30 dias para negociações até a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC), em primeiro turno. Além de insistir nas conversas com o PSDB, o líder do governo destacou anecessidade de "trabalhar a base aliada".