Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do PSDB no Senado Arthur Virgílio anunciou queainda não há acordo com o governo para a aprovação da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011. Para ele, o governoprecisa, "nos próximos momentos", melhorar as propostas, entre elas a isenção da CPMF para a população de baixa renda.
"Esperamos que o governo seja capaz de apresentar naspróximas horas algo mais substancial. Vamos para a reunião da bancada, que estábastante agitada, inconformada com os rumos da negociação, que o governo temtocado a passo de cágado. Vamos argumentar com ela e ouvir", afirmou.
Acompanhado pelo senador Tasso Jereissati,presidente do partido, Virgílio participou de uma reunião de quase três horas, convocadapelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir reivindicações dos tucanos em troca da aprovação daprorrogação contribuição.
Segundo ele, o governo propôs uma série de desonerações,que serão "quantificadas" pelo partido, e também demonstrou a intenção deisentar do pagamento da CPMF quem tem renda de até R$ 4.340,00 (abatidos dacobrança do Imposto de Renda).
Ele também calcula que a desoneração nesse caso é "ínfima"diante do que pode ser arrecadado pelo governo nos próximos anos.
"Levamos em consideração o impasse político da reformatributária e levantamento da análise global, dissemos com clareza que isso ainda é nitidamente insuficiente paracomover o PSDB", disse.
O senador afirmou também que o partido quercaminhar na direção da redução dos gastos públicos e da cargatributária."Entendemos que um governo que vai receber, em três anos, R$ 160 bilhõesde CPMFestá desonerando e metendo muito pouco a mão no [próprio] bolso emuito forteno bolso do contribuinte", disse.
Na verdade, cálculos preliminares dogoverno mostram que pode ser arrecadado com a CPMF algo próximo de R$160 bilhões em quatro anos.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-PE), disse que a proposta foi no limite do que tinha que apresentar, o PSDB achou pouco e devefazer uma contraproposta, já que se trata de um processo de entendimento. Ele admitiu, porém, que há mais espaço para discutir o assunto com os tucanos.
"Há espaço para mais conversa. Os procedimentos não estão ainda no momento de ser votados no plenário, portanto, vamos caminharnas comissões. Haverá uma longa caminhada até a votação em plenário, e esperamosque até lá tudo esteja resolvido", informou Romero Jucá.
Por volta das 15h30, o ministro Guido Mantega dá entrevista coletiva para falar sobre as negociações de hoje com os tucanos.