Avião que caiu sobre casas em São Paulo não era da Reali Táxi Aéreo, diz delegada

06/11/2007 - 14h18

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo (São ) - O Learjet A35, que caiu domingo (4) em uma área residencial do bairro Casa Verde, na zona norte de São Paulo, logo após decolar do aeroporto Campo de Marte, não pertencia à Reali Táxi Aéreo, afirmou a delegada Elisabeth Sato, da Polícia Civil, responsável pelas investigações. Segundo Elisabeth, há informações, ainda não confirmadas, de que a aeronave era arrendada.“Na documentação encontrada nas cadernetas, tem dois proprietários: um se chama Tekstar e o outro, Trillogy Holding Limited. Então, nós também temos esse trabalho de perseguir os reais proprietários e todo o histórico da aeronave”, disse a delegada. De acordo com ela, a documentação encontrada na cabine do avião indicou que a aeronave passou por manutenção em 24 de outubro deste ano, com validade até 2009, e que estava adequada para vôo. “Vários papéis foram encontrados, inclusive um manual em inglês referente a essa aeronave. Além disso, foram encontradas três cadernetas que contêm informações a respeito do motor e da história desse Learjet”. A delegada informou que os certificados mostram que a inspeção do avião foi feita em uma empresa chamada ABC Táxi Aéreo, cuja sede fica em Uberlândia, Minas Gerais. A empresa estaria autorizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a fazer inspeções anuais nesse tipo de avião.  Elisabeth Sato disse que a Polícia Civil já conversou com os proprietários da Reali Táxi Aéreo, que teriam dito que, neste momento, estão dando prioridade ao atendimento dos parentes das vítimas, mas que já estão também providenciando a documentação solicitada pela investigação a respeito das condições físicas do piloto e do co-piloto. Além disso, a Polícia Civil aguarda informações do Serviço de Proteção ao Vôo sobre os controladores de vôo que trabalhavam no momento do acidente.De acordo com a delegada, o laudo que determinará as causas do acidente ficará a cargo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e do Instituto de Criminalística de São Paulo. Segundo ela, há possibilidade de os gravadores de voz e dados encontrados na aeronave serem levados para o exterior para análise e elaboração de um laudo mais detalhado. “Os destroços da aeronave já foram para a base aérea, onde serão inventariados e analisados. Posteriormente será verificada a necessidade de encaminhamento para um órgão mais específico.”A delegada disse que possivelmente o jatinho tinha três tanques de combustível, dois nas pontas das asas e um no interior no avião. Segundo ela, é um dado técnico que poderá ser manuseado, depois que os peritos liberarem essa documentação, para que se verifique se é procedente. Esse dado servirá para esclarecer o depoimento de uma testemunha que teria visto o combustível saindo da asa do avião. “Nós avaliamos cada depoimento individualmente e em conjunto e, a partir daí, vamos descartando para chegar às possibilidades”, disse Elisabeth, lembrando que as testemunhas são pessoas que não têm base técnica para descrever o que viram.A Polícia Civil ouviu ontem (5) 17 testemunhas e hoje, mais quatro. A queda do avião causou a morte de oito pessoas. O jato executivo ia para o Rio de Janeiro.