Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho NacionalEleitoral da Venezuela (CNE) aprovou a realização de referendo para que a população responda se concorda com a nova reformaconstitucional do país proposta pelo presidente Hugo Chávez epelo Parlamento, com o objetivo instaurar "um socialismo do Século21, com propriedade social, mas sem excluir a inciativa privada" . A reforma modifica 69artigos da Constituição Bolivariana de 1999 - asmudanças foram aprovadas ontem (2) pelo Parlamento. Do total de artigos queestarão em consulta popular, 33 foram propostos por Chávez, como o que possibilita um número infefinido de reeleições para o presidente, amplia seu mandato de seis para sete anos ereduz de oito para seis horas a jornada de trabalho e declara as ForçasArmadas como "bolivarianas e antiimperialistas". O deputado RicardoGutiérrez, do Podemos – um partido considerado crítico– propôs adiar a entrega do projeto de reforma constitucionale a consulta popular e declarou que os membros do Legislativo tinham dado uma lamentável demonstraçãoao povo. De acordo com a Telam, agência de notícias oficial da Argentina, enquanto o Parlamentoaprovava a reforma, estudantes universitários protestavam contra as reformas. Uma delegaçãode estudantes foi recebida na CNE e outro grupo protestou dentro do prédiodo Conselho. Os estudantes, que eram dasUniversidades Simón Bolívar, Central da Venezuela e CatólicaAndrés Bello, bloquearam o trânsito para mostrarrepúdio à emenda constitucional "chavista e à repressãopolicial aos jovens". Os estudantes prometem continuarcom as manifestações na próxima semana, quandopretendem marchar até o Tribunal Supremo de Justiça paraapresentar recurso contra o projeto de reforma, informou a agênciaalemã DPA. Por outro lado, otitular da Federação de Estudantes Bolivarianos, CarlosSierra, pediu as autoridades que investiguem a atuaçãodos estudantes opositores nos prédios da CNE, porque, no seuentender, isso é "prova de que já começou adesenrolar-se um plano de desestabilização para gerarum novo golpe de estado". Ele também fezrecomendações à Comissão Nacional deTelecomunicações contra o canal Glovovisíón,"por ser um dos componentes de desestabilização". "Globovisiónestá conspirando, constantemente, seguindo uma linha dedesestabilização; criando realidades opostas ao querealmente se passa na Venezuela", disse Sierra à Agência Bolivariana de Notícias (ABN). Já o presidenteda opositora federação empresarial Fedecámaras,José Manuel González, qualificou, numa dura declaração, de "inconstitucional e fraudulenta" a reformaaprovada pela Assembléia Nacional.