Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Para garantir oconsenso quanto à regulamentação da Emenda 29, ogoverno federal acena com mais R$ 3 bilhões para a saúdejá no próximo ano, além dos R$ 47 bilhõesprevistos no orçamento de 2008. Os recursos viriam do aumentode 0,1 ponto percentual da parcela da CPMF destinada à áreade saúde. A proposta foiapresentada em reunião dos ministros de RelaçõesInstitucionais, Walfrido dos Mares Guia, da Saúde, JoséGomes Temporão, e da Fazenda, Guido Mantega, com o líderdo governo na Câmara, deputado José MúcioMonteiro (PTB-PE) e o presidente da Frente Parlamentar da Saúde,deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS).Segundo Perondi, osrecursos para a saúde cresceriam ainda mais nos próximosquatro anos, com um aumento crescente da fatia da CPMF. "Ogoverno precisará melhorar esta proposta", disse. "Se for nessasbases, vamos recomendar não votar a regulamentaçãoe a crise da saúde só vai aumentar", afirmou,assegurando que essa também é a posiçãodos secretários estaduais e municipais de Saúde. De acordo com odeputado, a frente quer 10% da receita corrente bruta, o que daria R$25 bilhões a mais. "Aceitamos escalonar entendendo asituação macroeconômica e o equilíbriofiscal do país. Começar num percentual baixo parachegar em quatro anos a R$ 70 bilhões, e tudo vinculado paraque o ministro da Saúde não fique de joelhos, todo ano,na frente do ministro da Fazenda", afirmou. O governo federal quervincular o orçamento da saúde apenas à variaçãodo PIB nominal, como é hoje. Apesar dasdivergências, o líder do governo na Câmaraacredita que a negociação avançou, pois, segundoele, se começou a falar em números. "A Emenda 29[a regulamentação] será votada na próximasemana. Essa dúvida ninguém vai mais ter. Depois desete anos ela está na pauta, sem nada trancando", disse. "Vamos passar ofinal de semana todo discutindo, para que o relator comece a elaborarseu relatório na segunda-feira á noite", adiantou.José Múcioreconheceu que o governo terá que melhorar sua proposta. "Narealidade a gente precisa ceder um pouco. O que se quer éimpossível, não adianta você por no papel aquiloque você não pode executar. Se nãovamos conseguir um número ótimo, pelo menos um númerobom, que é melhor do que se tem hoje", disse.