Governo é contrário à expansão da cana-de-açúcar na Amazônia, diz ministra

25/10/2007 - 18h07

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmouhoje (25) que o governo brasileiro é contrário à expansão docultivo de cana-de-açúcar na região amazônica.De acordo ela, a produção do vegetal, que vem sendoincrementada para a produção de álcool, nãopode avançar às custas de prejuízos ambientais.“Existe uma determinação dogoverno de que não haverá nenhum incentivo para oplantio de cana na Amazônia. O ministro da Agricultura estáfazendo um zoneamento agrícola e o ministério do MeioAmbiente está aportando uma série de informaçõespara isso, porque os biocombustíveis brasileiros nãopodem ser produzidos a custa de problemas ambientais e nem deproblemas sociais. Se eles querem ter alguma viabilidade, algumfuturo, não podem sequer pensar em se expandir para aAmazônia” disse.A ministra informou ainda que irá se reuniramanhã (26) com os ministros da Defesa, Nelson Jobim, daJustiça, Tarso Genro, e do Desenvolvimento Agrário,Guilherme Cassel, para dar continuidade a açõesconjuntas que vem sendo realizadas com o emprego da PolíciaFederal, Exército, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente eRecurosos Naturais Renováveis (Ibama), e de um destacamento da ForçaNacional de Segurança, que acompanham questõesambientais.Ao falar com a imprensa, Marina Silva tambémcontestou críticas de ambientalistas de que a reduçãode 25% do desmatamento na Amazônia anunciada esse ano pelo governo seja resultado da redução do preçoda soja no mercado internacional e de que o quadro voltará apiorar quando houver alteração nesse mercado.“Nós levamos em consideraçãoessas variáveis desde o início do Plano de Combate aoDesmatamento. Eu discordo da visão que atribui a queda de 65%do desmatamento (nos últimos três anos) apenas ao preçodas commodities. Nos últimos três anos foram aplicadosR$ 3 bilhões em multas, presas 675 pessoas entre elas, 120servidores do Ibama, foram desconstituídas 1500 empresas,embargadas 66 mil  propriedades de grilagem, apreendidascentenas de caminhões, tratores, moto-serra, além de 22operações de inteligência com a PolíciaFederal e 400 operações do Ibama. Então sealguém quiser dizer que tudo isso que aconteceu nãosignificou nada na taxa de desmatamento eutenho uma discordância”.Marina Silva participou hoje do encontro do PainelIntergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC em inglês),que avalia conclusões sobre mudanças climáticas no Brasil.