Antonio Arrais
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Safra recorde de grãos, produção recorde de carnes, bons preços internos, estimulados pela demanda interna, e bons preços internacionais foram os fatores apontados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) como responsáveis pelo crescimento da agropecuária, que foi de 1,41% em julho, acumulando aumento de 5,26% no ano. Os dados foram divulgados hoje (18) pela CNA.Segundo o superintendente técnico da CNA, Ricardo Cotta Ferreira, "o ano continua favorável ao agronegócio, que acumula taxa de crescimento de 2,94% até julho". Entretanto, disse Ferreira, esses dados positivos são insuficientes "para compensar a atual falta de liquidez do produtor rural, causada pelo forte endividamento do setor e pelos recentes aumentos de custos, ou seja, esses números não significam dinheiro no bolso do produtor rural".Ainda conforme dados citados por Ferreira, a agricultura cresceu 1,27%, em julho, contra 0,56% do mês anterior, acumulando 4,89% no ano. Ele estimou que o Valor Bruto da Produção (VBP) para o setor em 2007 será de R$ 199,78 bilhões, com dados que já incluem o mês de outubro, o que representa aumento de 12,78% em relação ao VBP de 2006, que foi de R$ 177,13 bilhões. "Os números do faturamento bruto animam a recuperação do setor e impulsionam boas estimativas de investimento para a próxima safra", disse Ferreira. A balança comercial do agronegócio indica que as exportações, entre janeiro e setembro de 2007, atingiram US$ 42.811 milhões, um crescimento de 18,7% em relação aos US$ 36.056 milhões alcançados no mesmo período de 2006; as importações cresceram para US$ 6.189 milhões em 2007, 30,8% a mais do que no ano passado, quando foram US$ 4.715 milhões; e o saldo da balança comercial, assim, atingiu até setembro deste ano US$ 38.642 milhões contra US$ 31.341 milhões no mesmo período de 2006.Por produtos, o complexo soja continua à frente na pauta de exportações, atingindo, de janeiro a setembro, US$ 8.966 milhões, contra US$ 7.679 milhões no mesmo período de 2006, representando aumento de 18,3%, com estimativa de que chegará, até dezembro, a US$ 12 milhões. A soja é seguida de perto pelas carnes (principalmente de frango), que atingiramaté setembro US$ 8.086 milhões (e devem atingir até o fim do ano US$ 11,5 milhões), um incremento de 32% em relação ao valor exportado no mesmo período do ano passado. O único segmento que teve decréscimo nas exportações foi o de açúcar e álcool, que chegou, entre janeiro e setembro de 2007, a US$ 6.006 milhões, quando em 2006 havia atingido US$ 6.127 milhões, ou seja, uma queda de -2,4%. A culpa dessa queda, segundo Antonio Donizeti Beraldo, também da CNA, foi uma aposta muito grande dos produtores no mercado internacional, que não respondeu devidamente.