Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Na avaliaçãodo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro(OAB-RJ), Wadih Damous, é necessário que o governoadote, no combate à violência, políticas públicasintegradas de médio, longo e curto prazo. Damous nãodescarta medidas de repressão, mas salienta que não sãoas mais eficazes. “É obvio queessas ações devem envolver a açãopolicial, que, no entanto, deverão estar ligadas, integradas,a investimentos sociais em educação, emprego, saúdee lazer. O estado tem que levar cidadania e não sóchumbo para essas comunidades. Eu só vejo a reversãodeste quadro com a adoção dessas políticas deintegração do cidadão”, defendeu o presidenteda OAB-RJ. Damous classificou a operação daPolícia Civil do Rio de Janeiro como uma “açãode violência” e disse que esses episódios jáfazem parte da realidade carioca. A operação, queaconteceu ontem (17) nas favelas da Coréia e do Taquaral, emSenador Camará, zona Oeste da cidade, resultou em doze mortos,cinco feridos e acabou com a prisão de doze pessoas. “O que se viu ali foi mais uma cena que traduz anoção de guerra em que se assenta a política desegurança pública no estado do Rio de Janeiro. Foramcenas pouco edificantes até de serem vistas no cinema, mas quejá fazem parte da realidade aqui do estado”.Para o presidente da OAB-RJ, a política deconfronto adotada pelo governo do estado só tem como resultadoas mortes e, em sua maioria, de moradores de comunidades pobres.“Enquanto esta for a política adotada eunão vejo saída para a situação deviolência aqui no Rio de Janeiro. As cenas mostradas ontempelas imagens da televisão refletem atos de execução.Este é o resultado desta política: execuçãosumária e chacinas”, concluiu.