Hugo Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O principal mecanismo para frear a degradaçãoda Amazônia é minimizar o crédito para atividadesque praticam desmatamento nos estados da região. Quem afirma éo Instituto do Homem e do Meio Ambiente na Amazônia (Imazon).Para o pesquisador Adalberto Veríssimo, da organizaçãonão-governamental (ONG), as ações emergenciais dogoverno são importantes, mas é necessárioestabelecer um pacto nacional para sanar o problema. “O instrumentomais importante para diminuir o desmatamento é realmentefechar a torneira do crédito dos bancos públicos para osetor que desmata na Amazônia”, afirma, em entrevista àAgência Brasil.Segundo ele, ao contráriodo que dizemos pecuaristas, as atividades ligadas à criaçãode gado são as principais responsáveis pelo aumento daárea desmatada: “A pecuária é a grandeatividade da Amazônia. Tanto em área, quantoeconomicamente. No caso de estados como o Mato Grosso, a maior partedo desmatamento está em municípios tipicamentepecuaristas”.Outros aspectos apontados por Veríssimo sãoo aumento da produção de soja devido à crescentedemanda internacional, a estiagem e a proximidade das eleições,período em que ele diz haver crescimento no número deassentamentos e menor rigor na fiscalização. Sobreas medidasanunciadas ontem (16) pelo ministério do Meio Ambiente,apesar de considerar que a conjuntura atual dificulta as ações,o pesquisador elogia a postura do governo. “É importantereconhecer que o Ministério do Meio Ambiente tem feito umesforço louvável. Vamos ver os efeito que as açõesemergenciais vão ter no curto prazo”, comenta.O Imazon, associado a outras oito ONGs, propôsno início do mês, na Câmara dos Deputados, oestabelecimento de um pactopara zerar os níveis de desmatamento até 2015. OMinistério do Meio Ambiente e os governadores de Mato Grosso edo Amapá manifestaram apoio à iniciativa. AdalbertoVeríssimo diz que espera o apoio de outros estados paradebater conjunto de medidas. “Precisamos da adesão dosgovernadores para discutir melhor as propostas do pacto.”