ONGs vão investigar se houve violação do direito à educação no Complexo do Alemão

08/10/2007 - 19h16

Raphael Ferreira
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Dhesca Brasil) vai visitar escolas da rede pública no Complexo do Alemão para investigar se houve violação dos direitos dos moradores à educação, em conseqüência das várias suspensões de aulas que ocorreram em escolas da região durante operações policiais realizadas neste ano. A ação conta com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU).A decisão foi tomada hoje (8) pela rede de organizações não-governamentais (ONGs), em reunião na sede do Instituto dos Advogados do Brasil. Amannhã (9), os articuladores do projeto, chamado de Relatoria Nacional Para o Direito Humano à Educação, deverão visitar as escolas municipais Leonor Coelho Pereira e Monsenhor Rocha, ambas da comunidade de Vila Cruzeiro. Na quarta-feira, os representantes das ONGs irão ao Ciep Theóphilo de Souza Pinto, em Nova Brasília. As duas comunidades fazem parte do Complexo do Alemão. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, nas três escolas, as aulas estão ocorrendo normalimente.A Polícia Militar permanece em vigilância nos acessos ao complexo desde o mês de maio. No primeiro dia de operações policiais, ocorreram 19 mortes e cerca de 5 mil estudantes ficaram sem aula. Mesmo com a ação da polícia, dados do Instituto de Segurança Pública do estado mostram que poucos crimes tiveram redução significativa na região neste ano. As estatísticas também mostram que morreram mais pessoas por ação da polícia que de criminosos. ONGs como a Viva Rio e a Anistia Internacional divulgaram declarações de repúdio à forma como as operações policiais vem sendo feitas na região.