Isabela Viera
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A senadora KátiaAbreu (DEM-TO) criticou a suspensão da fiscalizaçãodo trabalho escravo no país após a Secretaria deInspeção do Trabalho denunciar “interferênciaspolíticas” no caso da fazenda Pará Pastoril Agrícola(Pagrisa). Abreu é relatora da Comissão TemporáriaExterna do Senado que apura as denúncias formuladas pelosfiscais e questiona a existência de trabalho escravo naempresa.“O Ministériodo Trabalho e Emprego (MTE) em uma ação birrentaparalisou as investigações do grupo móvel e issoé inadmissível. Me soou como uma chantagem para fazerpúblico e isso não é nosso objetivo”, disse asenadora em relação à ação dachefe da Secretaria de Insperação do Trabalho, RuthVilela, subordinada ao ministro Carlos Lupi.“Nós queremosreiterar, solicitar ao ministro do Trabalho que faça valer asua autoridade. Acredito que o presidente da Repúblicachama-se Luiz Inácio Lula da Silva e, não, Ruth Vilela.Que ele, Lula, faça valer a sua autoridade e faça oMinistério do Trabalho cumprir seu papel imediatamente”,enfatizou. Segundo ela, os senadores, ao entrarem formalmente nocaso, apenas cumprem sua prerrogativa de fiscalizar o executivo.Nos últimos dias a senadora Kátia Abreu temquestionado a "rapidez" com que a fiscalização autuou a fazenda e o númerorecorde de trabalhadores libertados - 1.108, a maior ação da história desde 1995. “Nós não conseguimos ver nada que pudesse parecer com trabalho escravo. Todos [os funcionários]estavam com carteira assinada, cartão magnético e conta em banco. Nuncavi escravo assim”, afirmou Abreu, que esteve na Pagrisa na últimaquinta-feira (20), dois meses após o flagrante.