Juliana Cézar Nunes
Enviada especial
Nova York (EUA) - Um dos principais temas discutidos pelo Brasil emencontros bilaterais e discursos na Assembléia Geral da Organização dasNações Unidas (ONU) foi a necessidade de concluir a chamada Rodada Dohade negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC).Previstas na "rodada", a redução dos subsídiosagrícolas nos países ricos e a diminuição das tarifas de importaçãoindustrial nos países em desenvolvimento devem ser o assunto central deuma outra reunião marcada para hoje (26), na sede da ONU, entrechanceleres do IBAS, grupo que reúne Índia, Brasil e África do Sul.O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, queparticipa do encontro às 10h (horário de Nova York), disse que um novotexto de presidentes sobre as negociações deve ser fechado até o finalde outubro deste ano.Segundo Amorim, no dia 17, o presidente Lula discuteo assunto em uma reunião do IBAS, na África do Sul. Encontros ministeriaisem Genebra com representantes de outros países ligados à OMC tambémdevem ocorrer nas próximas semanas.“O que o Brasil sugerir [no âmbito internacional] temque ser uma coisa que seja aceita por outros”, destacou o chancelerbrasileiro, que ,na tarde de ontem (25), reuniu-se com a secretária deComércio Exterior dos Estados Unidos, Susan Schwab, e cobrou, “muitoafavelmente”, mais ênfase na oferta de acesso a mercado nos paísesricos.“Não negociamos. Conversamos. Quando qualquer coisachegava perto na negociação, a gente parava. Essas conversas exigemtempo, e iniciamos um processo que será longo. Essas coisas exigemtempo e detalhe.”Na segunda-feira, o presidente Lula reuniu-se em NovaYork com o presidente do Estados Unidos, George W. Bush. Após oencontro, ele disse que Bush está mais "flexível" em relação à Rodada Doha.Para Lula, as negociações têm e devem estar fechadasantes das eleições norte-americanas, que ocorrem no ano que vem. "Omundo não pode esperar as eleições americanas.”