Taxa de juros para pessoa física cai para 46,6% ao ano, a menor em 13 anos

24/09/2007 - 15h23

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A taxa médiade juros dos empréstimos para pessoas físicas caiu de47% ao ano em julho para 46,6% ao ano em agosto, e registrou o menor patamarde juros cobrados nas operações bancárias desdejulho de 1994, quando o Banco Central iniciou a divulgaçãoda série histórica sobre evolução dastaxas, informou hoje (24) o chefe do Departamento Econômico doBC, Altamir Lopes, ao divulgar o relatório de agosto sobrePolítica Monetária e Operações de Créditodo Sistema Financeiro. Ele reconheceu que as taxas “aindasão bastante elevadas”, com tendência de estabilidadeem setembro. Mas acredita, também, que existe espaçopara novas reduções, em função do aumentode operações do crédito consignado (com descontoem folha de pagamento) e das operações de leasing,principalmente para compra de veículos. Enquanto o créditopessoal cobrou taxa de 49,9% ao ano no mês passado, oconsignado custou 30,7% ao ano e o leasing cobrou 25% ao anoem média, segundo Altamir. Houve reduçãoacentuada de 50,6% para 49,9% ao ano no crédito pessoal, masas demais modalidades permaneceram estáveis ou registraramligeiros aumentos. O crédito parafinanciamento de veículos manteve 28,7% ao ano, mas paraaquisição de outros bens de consumo subiu de 54,7% aoano em julho para 55,2% ao ano no mês passado, e o chequeespecial, apesar de cobrar a taxa mais alta, aumentou mais aindapassando de 139,2% ao ano para 139,5% ao ano. No geral houveligeira evolução no custo médio dosfinanciamentos para empresas que passou de 23% ao ano em julho para23,1% ao ano em agosto, determinada principalmente pelo incrementodas taxas médias de juros das operaçõescontratadas com encargos flutuantes, explicou Altamir. Ele disse que aturbulência no mercado imobiliário norte-americanoelevou o custo de captação das instituiçõesfinanceiras, principalmente com relação às taxasprefixadas, com reflexo na taxa final. Em razão disso,a taxa cobrada no desconto de duplicatas aumentou de 31,8% ao anopara 32,6% ao ano, e os empréstimos para capital de girotambém evoluíram de 28,1% ao ano, em julho, para 28,5%ao ano no mês passado. O Banco Centralregistrou reduções no desconto de promissórias,que caiu de 42,5% ao ano em julho para 41,9% ao ano; na contagarantida, de 62,7% ao ano para 62,5% ao ano, e na aquisiçãode bens por pessoas jurídicas, de 16,1% ao ano para 15,8% aoano. Agosto contabilizou aumento expressivo de 2,9% no volumedas operações de crédito, que somaram R$ 841,5bilhões. A expansão do estoque em 12 meses chega a24,8% e equivale a 33,1% do Produto Interno Bruto (PIB), soma dasriquezas produzidas no país, acima dos 32,5% em julho últimoe dos 29,4% do PIB em agosto do ano passado. Do total dasoperações de crédito, R$ 18,498 bilhõesse referem ao setor público (União, estados emunicípios). Os maiores volumes são de empréstimosa pessoas físicas (R$ 287,601 bilhões), indústria(R$ 188,289 bilhões), serviços (R$ 136,563 bilhões),comércio (R$ 86,581 bilhões), agronegócio (R82,082 bilhões) e habitação (R$ 41,892 bilhões).